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Um povo heroico “dobrado” e retumbante

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Imagina se por um acaso o povo realmente estivesse incomodado com todos os equívocos, abusos e absurdos que são vivenciados em nosso país.

Se a principal preocupação até dias anteriores não fosse o fato de saber se Neymar está ou não recuperado para dar 100% na Copa do Mundo que vai acontecer no próximo mês, ou com a realização dos shows em festas e rodeios nas proximidades de sua cidade.

Imagine se de repente um tal de gigante acordasse, devido a isso, os caminhoneiros parassem na beira das estradas, os bancários não abrissem as portas das agências, os correios deixassem de separar e entregar as correspondências e os comércios permanecessem com as portas fechadas.

Imagine se somando a isso, os motoristas de transportes coletivos optassem por transitar com os moradores sem cobrar as passagens, desde que o destino fosse as mobilizações populares, os órgãos públicos tivessem suas portas fechadas devido aos homens de bem que são prestadores de serviço entenderem que está na hora de algo ser feito.

Imagine se os sindicatos se mobilizassem sem cores partidárias, ou melhor, que elevassem como cores de suas bandeiras, mas mesmas que estampam o símbolo da pátria.

Pense como seria se os pedreiros não colocassem mais nenhum tijolo, as Marias, por protesto não colocassem seus aventais, os médicos sendo solidários às mudanças, atendessem nas unidades os casos de saúde apoiando as manifestações, e os frentistas, mesmos que com petróleo nos tanques dos postos, optassem por não desarmar as bombas em circunstancia alguma.

Imagine se os professores não pregassem partidarismo nas instituições públicas e por alguns dias, abandonassem as salas de aula para juntos de seus alunos não ensinar, mas fazer parte da história.

Seria brilhante se os jornais e meios de comunicação cobrissem tudo isso sem os intere$$es que os impedem de serem confiáveis (a exemplo da fatídica e infeliz cobertura dos fatos na cidade de Moema na tarde de quarta-feira).

Pense se junto a isso tudo os bombeiros, pintores, padeiros, comerciantes, industriais, produtores rurais, mecânicos, técnicos, engenheiros, enfermeiros, pilotos de avião, donas de casa e servidores públicos, favelados, ricos, pretos, brancos, amarelos, rosas, quem gostam de cães e quem gostam de gatos, motoristas e motociclistas ocupassem lugares nas ruas apenas com os braços cruzados, se eximindo de qualquer interferência antes do cumprimento do seu direito e desejo.

Imagine se nesse cenário de ocupação, os policiais com seus equipamentos do choque não andassem em rumo à mobilização e sim na mesma direção, garantindo a segurança e o apoio às causas que são pleiteadas.

Se isso acontecesse, o empresário pararia de ter lucro, ele pressionaria o político a tomar suas medidas, que seriam claramente insatisfatórias, pois o objetivo não é apenas abaixar o preço do combustível, o objetivo é quebrar um sistema, e passar a ser visto não mais como uma massa inerte e manipulável.

Der repente percebemos que se isso acontecesse o combustível, a gasolina, o trigo, a carne, o aluguel, a educação, a saúde, o lazer, a segurança e os direitos que são resguardados pela constituição passariam a ser cumpridos, pois agora são exigidos.

Imagine se esse efeito dominó acontecesse em nosso país. Não teríamos políticos corruptos sendo candidatos, não teríamos corruptos sendo eleitos, não teríamos interesses corruptos, pessoais e eleitoreiros sendo maquiados e chamados de necessidades administrativas ou causas sociais.

Os caminhoneiros deram o start, pelas redes sociais informações afirmam que sindicatos estão se mobilizando para aderirem ao movimento, os petroleiros afirmaram que está na hora do basta, e bom mesmo seria se tudo isso não fosse mesmo apenas boatos das redes.

Se somos gigantes efetivamente não sabemos de nossa força, se sabemos ler não temos interesses pelos textos corretos, se ligamos a TV a informação que buscamos não nos tira da inércia, e se sabemos cantar o hino nacional, efetivamente não fazemos ideia do que significa os dizeres “um povo heroico o brado retumbante”.

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