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Polícia Civil na Escola Para ensinar as crianças a terem coragem e se defenderem de abusos sexuais

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Projeto Polícia Civil na Escola inicia série de palestras orientando alunos, pais e profissionais da educação sobre os cuidados para evitar os abusos sexuais

Foi iniciado nesta quinta-feira, dia 30 de maio em Nova Serrana o projeto Polícia Civil na Escola. A ação que é desenvolvida em parceria entre a Polícia Civil e as direções das escolas de Nova Serrana, visa o trabalho de prevenção e instrução quanto ao combate aos crimes e abuso sexual e pedofilia no município.

A primeira ação foi iniciada a partir da parceria firmada entre a Polícia Civil e a direção da Escola Municipal Frei Ambrósio, no Bairro Novo Horizonte. A Unidade foi cuidadosamente escolhida por ser o local onde estudava Deysiná, garota de 13 anos que foi morta pelo padrasto do pai, a cerca de 15 dias.

Os trabalhos iniciados na escola atenderão diretamente cerca de 1.500 crianças, que participam de quinta-feira até a próxima semana de um bate papo e instruções com a delegada regional de Nova Serrana, Drª Angelita Viviane, e ainda uma equipe de investigadoras da Polícia Civil.

A ação também será desenvolvida com os pais e responsáveis das crianças, sendo que os mesmos tiveram um encontro com a delegada na noite desta quinta-feira.

Palestras

A delegada Regional juntamente com as investigadoras Camila Pereira e Janaína Mendonça, formadas em psicologia e direito, respectivamente, além de passarem um vídeo instrutivo, conversam e dão orientações as crianças.

O objetivo segundo a delegada é que com a ação “as crianças aprendam como se proceder diante de abusos, tentativas de violência sexual e o próprio assédio, ensinando as crianças como se defenderem, como denunciarem e ainda a terem coragem para denunciar”, disse a delegada

Esse trabalho de incentivo, educação e coragem é muito importante porque “geralmente o abusador amedronta e ameaça as crianças e aproveita da confiança e da relação que tem para falar que vai matar os pais, que vai machucar a família se ela contar para alguém os abusos, assim precisamos ensinar o quanto isso é errado e motivar as crianças a terem coragem de denunciar”. Ressalta Drª Angelita.

Ensinam ainda as crianças a negarem presença de estranhos e até mesmo a ligarem para realizar as denúncias. “As crianças são orientadas nas palestras para não aceitarem brinquedos e recompensas em troca de toques ou coisas que podem ser erradas. Ensinamos a elas a baixarem aplicativo pelos Smartphones e a ligarem para o disque 100 ou 181 para denunciarem quando identificam que algo errado está acontecendo”. Ponderou.

Pais

O objetivo do projeto também está relacionado aos responsáveis das crianças. Conforme aponta a delegada, “nos encontros com os responsáveis é importante mostrarmos como acontecem as abordagens, como se inicia o abuso. Em grande parte dos casos eles acontecem dentro do próprio ciclo de convívio da criança, dentro de casa, com amigos, familiares, então para os pais entenderem como os indícios de que pode estar sendo criado uma situação e abuso são informações fundamentais para a segurança das crianças”. Considerou Drª Angelita.

Escola

Ao todo das 38 turmas nesta quinta e sexta-feira, participarão das palestras nesse primeiro momento. Na próxima semana será com aproximadamente 400 alunos menores dos anexos.

Segundo a diretora da Escola Municipal Frei Ambrósio, Daniela Fonseca, “O mais importante é a tomada de consciência e oferecer uma oportunidade para que as crianças identifiquem o perigo. Como terá palestra à noite para pais e familiares, a Polícia Civil vai nos alertar com relação aos indícios do abuso. Como informado pela delegada normalmente o abusador está próximo”. Disse a Diretora.

Ainda segundo a diretora “as portas da escola estão abertas para que sejam também tratados outros temas. Já estamos conversando com a Drª Angelita e temos o interesse de que periodicamente, outros temas específicos também sejam tratados com nossos alunos pela participação com a Polícia Civil”, expressou a diretora.

O projeto na perspectiva da delegada caminha nesse sentido “o projeto começa aqui e claro queremos que ele seja estendido. O objetivo é que uma vez por mês haja uma conversa com os alunos cada dia atendendo um tema diferente, abordando assuntos de interesse e que tragam instrução e consciência para os alunos”. Disse Drª Angelita.

Por fim a delegada regional ainda considerou que “O projeto começa aqui no Novo Horizonte, na Escola Municipal Frei Anselmo, mas o objetivo da Polícia Civil é que ele seja expandido para outras escolas da cidade. As escolas interessadas podem entrar em contato com a delegacia  para que as palestras sejam agendadas e realizadas nas respectivas escolas, abordando não só o abuso sexual, mas outros temas podem ser trabalhados com as crianças de nossa cidade”. Finalizou a Delegada Regional de Nova Serrana, Drª Angelita Viviane.

Dados de Nova Serrana

Segundo apurado junto a Delegacia Regional de Nova Serrana, e divulgado na edição do Jornal O Popular de terça-feira, dia 28 de maio, em 2018 foram mais de 100 inquéritos elaborados com relação a abuso sexual de crianças e adolescentes em Nova Serrana. Tem ainda que ser levado em conta, um volume de denúncias feitas que por falta de provas ou até mesmo de medo das vítimas, não são concluídos como inquérito, ou seja os responsáveis seguem impunes praticando crimes sexuais.

A delegacia também apontou que em 2019 já foram finalizados e repassados a promotoria cerca de 30 inquéritos relacionados a abuso sexual de crianças e adolescentes, ou seja, a cada sete dias pelo menos um inquérito é concluído e entregue para a justiça.

Ainda segundo divulgado “a maior parte dos inquéritos contra criança acontece com idade entre nove e 13 anos. Essa faixa etária tem sido significativa o numero de crianças que vem sendo abusada em Nova serrana”, disse a delegada Regional, Drª Angelita Viviane.

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