Policial
Perigo nas estradas: cocaína é a droga mais constatada em testes entre motoristas
Álcool, ecstasy, cocaína e remédios antidepressivos. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, análises periciais constataram todas essas substâncias no organismo do motorista de caminhão envolvido no acidente que causou a morte de 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, no dia 21 de dezembro de 2024. A mistura, na avaliação de especialistas, inviabiliza que qualquer pessoa tenha condições de dirigir.
Diretor técnico do Toxicogia Pardini, laboratório do Grupo Fleury – um dos credenciados pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para realizar exames toxicológicos para renovação de habilitação, mudança de categoria e periódico –, Álvaro Pulchinelli explica que a cocaína é a droga que mais se constata nesses testes em todo o Brasil.
De acordo com ele, de janeiro a outubro de 2024, a cada quatro exames toxicológicos realizados com amostras de cabelo ou unha no laboratório em todo o Brasil, três deram positivo para cocaína. O laboratório informou que não divulga os números absolutos.“É uma droga que estimula o sistema nervoso central, assim como a anfetamina. Em curto prazo, deixa a pessoa mais agitada, mais desperta, sem sono e com a falsa sensação de não estar cansada. Por isso muitos profissionais (caminhoneiros) fazem bastante uso”, explica.
O exame toxicológico é a única ferramenta para combater o uso de entorpecentes entre motoristas das categorias C, D e E. Por isso, na avaliação do médico Alysson Coimbra, diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), a lei deveria exigir que os testes nesses condutores fossem feitos com uma periodicidade menor. Atualmente, a Lei Federal 14.599/2023 estipula um prazo de dois anos e meio para os motoristas renovarem a avaliação.