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Participação de ferrovias no transporte de cargas ultrapassa 25%

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Segundo estudo da Fundação Dom Cabral, há margem para crescimento se houver investimento nos próximos anos

Com uma malha de 30 mil quilômetros, as ferrovias correspondem atualmente a 27% do volume de carregamento de cargas, e há potencial para crescimento nos próximos anos. É o que atesta estudo realizado pela Fundação Dom Cabral, que levou em consideração modais rodoviário, hidroviário, dutoviário e navegação de cabotagem.

Segundo os dados do levantamento, é a primeira vez que a malha ferroviária ultrapassa um quarto do volume transportado proporcionalmente. A pesquisa foi realizada considerando os seguintes grupos de produtos: alimentos e bebidas processados; carvão mineral; celulose e papel; cimento ensacado; combustíveis; farelo de soja; fertilizantes importados; manufaturados; minério de ferro; outros artigos da lavoura e pecuária; outros minerais; petroquímicos; produtos básicos de borracha; e soja em grãos.

“Existe um senso comum no País de que o uso da ferrovia não ultrapassa os 23% no transporte de cargas. Com o estudo, pudemos observar o aumento do uso desse modal, principalmente no transporte de granel agrícola. Identificamos que existe carga, porém é preciso uma malha ferroviária que suporte essa demanda. Caso contrário, esse aumento poderá inclusive retroceder até 2035”, comentou Paulo Resende, professor e coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da Fundação Dom Cabral.

Ainda que tenha evoluído, o modal ferroviário está distante da ligação rodoviária, que permanece no topo da lista com 62,2% do volume transportado.

“Identificamos que o modal rodoviário está ainda muito acima do ferroviário, ou seja, transportando carga que não deveria em longas distâncias. Poderíamos ter uma maior participação ferroviária se houvesse investimento, principalmente para um maior alinhamento entre o volume de cargas e a produção de transporte. Existe a demanda”, frisou.

Transnordestina

Na sexta-feira, 6, em visita a Iguatu, no Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que as obras da ferrovia Transnordestina serão finalizadas no máximo no primeiro trimestre de 2027. A construção começou em 2006, no último ano do primeiro mandato do petista.

O governo considera essa linha férrea como novo marco no escoamento da produção de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, o que representa uma redução no custo logístico que pode baratear o custo final dos produtos brasileiros em comparação com concorrentes estrangeiros.

Outra ligação importante no processo de integração das regiões – e também para o escoamento da produção –, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste vai conectar o futuro Porto de Ilhéus (no litoral baiano) a Figueirópolis (em Tocantins). Ambas as construções fazem parte do conjunto de obras listadas para receber recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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