Colunistas

Nem sempre a boa vontade é o suficiente

Publicado

em

Quem mora em Nova Serrana há muitos anos, sabe que Euzébio Lago é o prefeito que nos últimos 20 anos mais tem se movimentado para melhorar a cidade. Porém, o misto de euforia com imediatismo e um toque nada sutil de interferência interna daqueles que deveriam ajudar e não atrapalhar tem dificultado a vida do prefeito como gestor.

Boa parte da cidade se lembra e ainda comenta pelas ruas do polêmico caso dos abacaxis, onde fiscais da prefeitura apreenderam a mercadoria de um vendedor ambulante da cidade que trabalhava honestamente. Na mesma época em que essa polêmica eclodiu, a prefeitura anunciava de forma tímida e sem brilho o que será talvez o maior feito de um prefeito na cidade nas últimas décadas, que é a vinda de um dos melhores hospitais da região, o Santa Mônica.

Não se sabe (até então), se a péssima divulgação deste grandioso feito que o fez ser ofuscado por um carro de abacaxis foi intencional ou não, mas o fato é que a ansiedade e a falta de preparado de muitos que estão sentados à direita do prefeito acabam retardando a evolução tanto da cidade quanto da carreira política daquele que tem tudo para ser um dos maiores prefeitos desta cidade.

A comunicação não funciona corretamente desde o início dos trabalhos. O que deveria ser divulgado para a população é ofuscado por futilidades cotidianas e pela necessidade de megas produções cinematográficas que fogem completamente da função da pasta específica.

Em um jogo de xadrez, o primeiro movimento de um jogador, que para um leigo é algo banal, pode ser responsável pelo sucesso ou pela derrota do jogador, tanto que esta fase do jogo chama de abertura é constantemente estudada por todos enxadristas.

Nada pode ser impensado ou deixar de ser calculado. Toda ação de uma prefeitura deve passar primeiro por um projeto. Muitos estão afoitos e ansiosos para mostrar serviço, porém, não é assim que as coisas funcionam.

Na graduação de engenharia, cansei de escutar professores falando que o pior problema dos brasileiros é o imediatismo e a falta de planejamento. Enquanto os japoneses gastam mais tempo planejando e menos tempo executando, no Brasil não se planeja e parte para a execução, o que acaba gerando prejuízos de qualidade e financeiro.

Nova Serrana tem jeito, é preciso parar, respirar e planejar a cidade. Com um pouco sensatez, Euzébio poderá guiar a cidade para um bom caminho e deixar seu nome cravado na memória de todos, de uma maneira positiva, é claro.

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tendência

Sair da versão mobile