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Moeda de troca

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Nas últimas semanas a Câmara de Nova Serrana vem vivenciando um clima intenso, e pitoresco que paira de forma meio que hostil entre os legisladores que tinham entre si as bases de oposição e situação claramente determinadas, e ainda com dois vereadores “neutros”, sendo observados pelas bases.

O clima tenso proporcionou debates, falas duras e projetos sendo retirados de pauta devido ao fato de não terem a condição mínima de serem aprovados, devido a um trabalho intenso de oposição política.

Nesses cenários duas pautas eram vistas de forma principal, um projeto dava aos vereadores o direito de aprovarem a aprovação de loteamentos e terem voz ativa quanto a ocupação do solo em Nova Serrana e de outro lado o desejo do executivo em poder fazer leilões dos bens móveis, o que daria a gestão a possibilidade de acumular mais alguns trocados com o que se julga “sucata”.

Após semanas com palavras do tipo “essa casa tem lei e o prefeito vai ter que aprender a respeitar isso”, colocou declaradamente exposto o fato de que o executivo e o legislativo teriam dias turbulentos pela frente.

Contudo, como com um toque sutil e um pouquinho de pirin pin pin, os sorrisos aforaram na Câmara, talvez embalados pelo discurso de amor da vereadora Teresinha do Salão (PTB), ou pela consciência de que “temos apenas um planeta e não dois”, como disse Gilmar da Farmácia (PV), a paz pairou pela câmara.

Porém caro leitor, ficou claro que isso ocorreu devido a um conchavo, ou acordo para não sermos interpretados de forma maliciosa (se é que isso adianta).

O fato que foi inclusive confirmado por um vereador é que um acordo foi feito para que as pautas fossem aprovadas. Ao fim da reunião nosso jornalista Thiago Monteiro, falou com o presidente Osmar Santos (PROS), que percebeu o conchavo para aprovação, e o presidente com um sorriso disse “você que está dizendo”.

Adair da Impacto (Avante) no entanto revelou que  foi feito sim um acordo com o executivo, que tem exatamente seis meses, como prometido pelo secretário de Articulação Política, Ezequiel Silas, a prefeitura terá que enviar para a Casa do Legislativo o projeto de Uso e Ocupação do Solo.

O vereador revelou o que a prefeitura se omitiu em afirmar, afinal, mais uma vez por parte do executivo falar que “ainda não temos conhecimento sobre o assunto”, é mais fácil do que se comprometer efetivamente com os fatos que tem ocorrido na cidade.

Talvez essa postura seja pontuada pelo fato de que, todos sabem que existem sim trocas e conchavos no meio político, contudo apesar de ser amplamente praticada essa política de troca de favores ela é consideravelmente imoral, afinal, o que deve estar em pauta não é o interesse de grupo, e sim da cidade.

Quando se faz um conchavo para aprovação de pautas os interesses do grupo são colocados à frente da consciência que deveria pairar sobre aqueles que foram eleitos para administrar a cidade e presar pelos interesses do povo.

Contudo o conchavo funcionou. Os olhares de oposição e situação por pelo menos uma reunião foram amistosos e o discurso de compreensão e democracia foram balbuciados pelos vereadores de ambos os lados.

Mas por fim, uma fala chamou a atenção e um recado foi dado ao executivo. O vereador Willian Barcelos (PTB), chamou a atenção pelo fato dos vereadores terem abrido mão do ego e com consciência aprovaram as pautas, contudo, ele afirmou esperar que o prefeito tenha a mesma consciência e inicie o cumprimento das emenda participativas.

Essa inclusive será mais uma questão polêmica a ser vista, afinal, o executivo deve ou não acatar as indicações de todos os vereadores, ou quem sabe deixará para realizar as medidas já nos acréscimos desse ano, pois essa é sim uma carta na manga, para que o executivo possa continuar realizando conchavos, tendo nas emendas impositivas uma boa moeda de troca para reverter um quadro político desfavorável junto ao legislativo municipal.

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