Afogamento

Minas se entristece: seis vidas perdidas em afogamentos durante o Carnaval

Publicado

em

No total, 11 ocorrências foram registradas no estado desde o início do período de feriadão

Os blocos de Carnaval atraem milhares de pessoas, mas nem todos gostam de estar no meio da multidão e preferem aproveitar o feriadão para se refrescar – como em cachoeiras, piscinas e represas. Mas brincar em ambientes aquáticos exige muito cuidado. Entre sexta-feira (28) e ontem (3 de março), foram registrados 11 casos de afogamento em Minas Gerais, com seis deles terminando em morte.
Segundo o Corpo de Bombeiros, no Carnaval de 2024 nove pessoas morreram afogadas no Estado e todas as vítimas eram homens, com idades entre 35 e 64 anos. A ingestão excessiva de álcool e a imprudência podem ser as principais causas para os acidentes na água durante o período do Carnaval.

“A bebida alcoólica tira seu equilíbrio e sua coordenação motora. Além disso, tem a questão da desidratação, que atrapalha para fazer uma atividade física, como natação. Com isso vem cãibra e dificuldades de locomoção dentro da água. Aí a pessoa começa a se debater e acaba se afogando”, esclarece o tenente Elton Assumpção, auxiliar da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Outro fator que contribui para os acidentes, segundo o militar, é a tentativa das pessoas de realizar ações para as quais não estão capacitadas e em locais cujas condições elas não conhecem, como os rios e cachoeiras. “Muitas das vezes, a causa vem de uma imprudência pelo fato de as pessoas entrarem em locais que não conhecem, e às vezes não saberem nadar. Ao não ver o fundo enquanto se desloca, a pessoa pode pisar em um buraco e se afogar”, alerta o tenente.

Ousadia nem sempre termina em alegria

O excesso de um sentimento de coragem, muitas vezes ligado ao uso do álcool, também pode levar a um acidente em uma cachoeira ou lago. Tanto jovens quanto adultos podem cair nessa “pegadinha” e acabar sofrendo o acidente.

No caso dos mais jovens, os famosos “desafios” são outro grande problema, de acordo com o especialista. “Alguns jovens vão para cachoeiras e lagos em grupos e se desafiam, por exemplo, a chegar do outro lado, ou a pular de alguma pedra. Nessas situações, os jovens tendem a aceitar mais desafios e passar do ponto em que eles conseguem. A pessoa não se sente confiante, mas para não passar vergonha, acaba tentando se desafiar e se afoga”, pontua.

Já no caso dos mais velhos, adverte o representante dos Bombeiros, um complicador é a falta de consciência sobre o próprio condicionamento físico. “Uma pessoa que já até nadou no passado, mas tem muito tempo que não nada e acha que está no mesmo condicionamento físico de dez anos atrás, tenta fazer as mesmas coisas que conseguia antes e acaba se afogando”, diz.

Para não transformar a diversão do Carnaval em uma ocasião de transtorno e tristeza, o tenente recomenda cuidado e precaução, em especial com a bebida alcoólica. “Nessa época as pessoas costumam se jogar mais, fazem isso com bebida alcoólica e acham que terão o mesmo comportamento dentro da água. Por causa disso, acontecem afogamentos. Portanto, se beber, não entre na água. Em caso de emergência, ligue 193”, recomenda.

Cuidado com as crianças

Tanto durante o Carnaval quanto nas férias, as crianças também são uma grande preocupação quanto aos afogamentos. No caso delas, apenas 15 centímetros de água podem ser o suficiente para causar um acidente. A distração dos pais pode contribuir, o que exige atenção redobrada.

O militar recomenda cuidado total com os pequenos em locais com piscinas, cachoeiras ou lagos. “Se está indo para um local maior, com piscina, veja se ela é isolada, para que a criança não entre ali sozinha. É preciso sempre estar a um braço de distância da criança”, recomenda.

Casos recentes

Em Itabira, no Vale do Aço, um idoso de 65 anos nadava no encontro do rio Tanque com o rio Santo Antônio, quando afundou. O acidente foi registrado no sábado de Carnaval (1º). Após três dias de buscas, o Corpo de Bombeiros localizou a vítima já sem vida.

Outro afogamento foi registrado no Lago de Furnas, em Formiga, no Centro-Oeste mineiro. Uma mulher de 57 anos foi salva por populares após cair no leito. A vítima sobreviveu, mas precisou de tratamento intensivo, com ventilação mecânica. Ela esquiava de jet-ski quando teria perdido o equilíbrio e caído na água.

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tendência

Sair da versão mobile