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Exportações de calçados caem no primeiro bimestre

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As exportações brasileiras de calçados começaram o ano em queda. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), no primeiro  bimestre foram embarcados  20,6 milhões de pares que geraram US$ 157,75 milhões, registro que mostra estabilidade em volume e queda de 3,2% em receita gerada na relação com igual período de 2017.

Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, as exportações que estão chegando às prateleiras no exterior foram negociadas no final do ano passado, com uma desvalorização significativa do dólar frente ao real. “Quando isso acontece, temos dificuldades de formar preços competitivos para o comprador internacional. No Brasil convivemos com uma das maiores cargas tributárias entre os países em desenvolvimento, que oneram a produção e encarecem o produto. Neste ambiente, o câmbio favorável acaba sendo um compensador, o que não vem ocorrendo”, comenta.

Para o executivo, o movimento de queda não deve mudar nos próximos meses. “Se tivermos um suspiro será no segundo semestre, quando serão comercializados os produtos de verão”, ressalta, acrescentando que, diferentemente do ano passado, a “esperança” de dias melhores está no mercado doméstico, que vem em recuperação gradual. “Com o câmbio da maneira que está, com o dólar na casa de R$ 3,20 não temos perspectivas de uma recuperação nos embarques”, comenta.

Destinos

Nos primeiros dois meses do ano, o principal destino do calçado brasileiro foram os Estados Unidos, para onde foram embarcados 1,74 milhão de pares que geraram US$ 23,36 milhões, quedas de 22,6% em volume e de 29,3% em receita na relação com igual período de 2017. “Os Estados Unidos são um mercado muito sensível ao preço. Infelizmente, com o câmbio atual e os altos custos produtivos no Brasil, perderemos ainda mais mercado para os chineses”, aponta.

O segundo destino do bimestre foi a Argentina. No período, os hermanos compraram mais de 1 milhão de pares por US$ 17,16 milhões, altas de 12,3% em volume e de 9% em valores gerados na relação com mesmo ínterim do ano passado.

O terceiro posto dos destinos segue com a França, que no período importou 2,54 milhões de pares de calçados por US$ 16,37 milhões, altas de 50% em pares e de 21,2% em receita em relação ao primeiro bimestre de 2017.

Estados

O maior exportador de calçados, que responde por mais de 40% do valor gerado com embarques, segue sendo o Rio Grande do Sul. No primeiro bimestre, os calçadistas gaúchos exportaram 4 milhões de pares que geraram US$ 69,6 milhões, quedas tanto em pares (-5,2%) quanto em receita (-4%) na relação com 2017.

O segundo maior exportador do bimestre foi o Ceará, de onde partiram 8,88 milhões de pares que geraram US$ 44,43 milhões, um incremento de 11,4% em volume e de 2,4% em receita em relação ao mesmo período do ano passado.

No terceiro posto, São Paulo comercializou com o exterior 894 mil pares por US$ 14,24 milhões, quedas de 29,2% em volume e de 18,3% em receita em relação a 2017.

Importações em alta

Se a valorização do real sobre o dólar atrapalha as exportações, o mesmo não acontece com as importações. “O produto estrangeiro fica com preço ainda mais competitivo e tende a entrar com maior força no varejo brasileiro”, explica Klein.

No primeiro bimestre, o Brasil importou 5,74 milhões de pares por US$ 72,58 milhões, altas de 22,5% e de 18,2%, respectivamente, na relação com igual período de 2017. As principais origens foram Vietnã (2,4 milhões de pares por US$ 42,16 milhões, altas de 26,3% e 19,6%, respectivamente); Indonésia (725,32 mil pares por US$ 12,28 milhões, altas de 17% e 10,3%, respectivamente); e China (1,97 milhão por US$ 7,28 milhões, altas de 14,2% e 10,6%, respectivamente).

Em partes de calçados – cabedais, solas, palmilhas, saltos etc – as importações também registraram incremento significativo. No primeiro bimestre entrou no Brasil o equivalente a US$ 14,22 milhões, 91% mais do que no mesmo período de 2017. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

Confira todas as tabelas referentes ao bimestre clicando AQUI

 

 

 

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