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E agora José, a festa acabou…

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A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No 1º de maio daquele ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de laboração, entre elas, a redução da jornada de treze para oito horas diárias, e paralelamente ocorreu na América, uma greve geral.

Também conhecido como Dia do Trabalhador, no Brasil e em vários países do mundo é feriado nacional, dedicado à festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios e de conscientização.

Na Nossa Serrana, também temos as merecidas homenagens à essa gente batalhadora, incansáveis que constroem essa cidade, e elevaram o modesto Cercado à Capital Nacional do Calçado Esportivo, laborando quer seja no ofício de sapateiro ou nas demais lidas; os aqui nascidos juntamente com os valorosos migrantes, fazem dessa “mãezona”, a cidade que mais cresce em Minas.

O executivo Municipal juntamente com a iniciativa privada, organiza uma bela e pomposa festa para o deleite dos munícipes, sendo as atrações musicais, o seu apogeu. Porém, é propriamente sobre essas apresentações que recaem os questionamentos acerca da ordenação do evento. Outrora, “os talentos da terra” foram valorizados e alçados à condição de “estrelas da festa”; mas a gritaria de alguns, demoveu o prefeito de suas convicções, levando-o de forma surpreendente até, a fomentar a vinda de onerosas estrelas do cancioneiro tupiniquim, na edição desse ano, tivemos Jorge e Mateus e Aline Barros, como exemplo, dos que recebem vultosos cachês.

Segundo o governo Municipal, a quem recai a responsabilidade pelos trâmites, devido às intermináveis dificuldades financeiras, o evento desse ano foi possibilitado por intermédio de parcerias; é salutar porém, que os números sejam explicitados, para que saibamos quais são efetivamente os gastos, o que será custeado pelos cofres públicos e as responsabilidades dos parceiros.

Com relação ao que é cabido ao executivo, são gastos pulverizados, visto que não são exclusivos de uma única pasta; a festa gira no caixa da cultura, mas os dispêndio com os jogos, nas mais variadas modalidades, recaem sobre a secretaria de esporte, a segurança impacta a defesa social e a assistência médica, que se dá pela disponibilização de ambulâncias, é custeada pela saúde. Ademais são realizadas adequações nos espaços, via secretaria de obras e há o necessário envolvimento da área comunicação.

Não houve lançamento de valor para apoio às Comemorações do 1º de Maio em 2019, em contraposição aos recursos de R$ 421.809,16, diretamente gastos em 2018 – quando carecíamos da conclusão da ponte na área central, orçada em R$ 280.000,00 – e de R$ 106.905,16, valor investido em 2017.

Do orçamento de 421 mil de 2018, os valores contratados junto ao empresário organizador do evento somaram 450  mil, sendo que destes, apenas 350 mil foram pagos até a presente data, conforme os dados do portal da transparência, cuja consulta não é um exercício dos mais singelos. A argumentação de não haver desembolso por parte do executivo é controversa, tendo em vista que existem gastos diretos e indiretos.

Parafraseando o poeta, fica a indagação: e agora José, a festa acabou, a luz apagou… restaram a dengue, os buracos nas vias, os gargalos na saúde pública e no sistema educacional, a ponte por terminar agora no bairro São Geraldo e  tantas demandas que afligem; em tempos de escassez, nossos parcos recursos merecem uma destinação nobre; que haja a festa, mas que ela seja precedida da bonança, na prestação dos serviços básicos à essa gente calçadista.

Abençoada semana

Graça e Paz

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