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Dólar volta a subir e chega a R$ 5,60 com repercussões do apagão cibernético global

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Na semana, o dólar acumulou alta de 3,18% - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Na bolsa de valores, o Ibovespa fechou com 127.616 pontos – uma queda de 0,03%

O dólar reverteu as perdas do começo do dia e fechou em alta de 0,30% nesta sexta-feira (19), cotado a R$ 5,604, com o apagão cibernético global minando a reação positiva do mercado ao anúncio de contenção de gastos do governo Lula. A divisa teve forte queda pela manhã e chegou a valer R$ 5,522 na mínima do dia, mas a pane tecnológica global freou a valorização do real ao impor aversão ao risco no sentimento dos investidores. Com informações de O Tempo.

Na bolsa brasileira, o movimento foi semelhante: após começar a sexta-feira no positivo, o Ibovespa fechou com queda marginal de 0,03%, aos 127.616 pontos.

Na semana, o dólar acumulou alta de 3,18%; a Bolsa, perda de 0,96%.

Um apagão cibernético atingiu sistemas ao redor do mundo no início da manhã desta sexta. A pane generalizada afetou bancos, companhias aéreas, emissoras de TV, supermercados, entre outros serviços.

O problema foi causado por uma atualização defeituosa de um produto oferecido pela CrowdStrike, empresa global de segurança cibernética, e afetou clientes que usam o sistema operacional Windows, da Microsoft.

“O apagão cibernético afastou o tom positivo que tínhamos pela manhã, instalado pelo congelamento de R$ 15 bilhões em despesas do governo”, avalia Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

A situação foi corrigida, segundo a Microsoft, mas o impacto residual dos problemas de segurança cibernética continua em alguns aplicativos e serviços do Office 365. Em resposta, as ações da CrowdStrike despencaram 12% na Bolsa de NY.

Ainda que o apagão não tenha afetado os serviços ou a plataforma da bolsa de valores brasileira, de acordo com a B3, operadores de todo mundo tiveram dificuldades para acessar sistemas de negociação. Bancos globais, corretoras e empresas de tecnologia financeira, incluindo JPMorgan Chase, UBS e Bloomberg, apresentaram instabilidade.

“As Bolsas lá fora, de forma geral, estão caindo, e o Brasil está seguindo a tendência, mas de forma mais limitada por causa do anúncio de contenção de R$ 15 bilhões do governo federal”, diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.

No início da noite de ontem, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciou bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões no Orçamento deste ano, após reunião entre ministros que integram a Junta de Execução Orçamentária (JEO) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os novos cortes virão no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre, que será publicado na próxima segunda-feira (22) e que trará detalhes de como o Executivo pretende cumprir a meta de déficit zero neste ano.

O governo já havia anunciado um corte de R$ 25,9 bilhões para 2025 e deixou aberta a possibilidade de antecipar mais bloqueios para 2024. A nova contenção vem na esteira de dias de turbulência nos mercados, com agentes econômicos cautelosos quanto ao compromisso fiscal do governo. Segundo o ministro, o anúncio foi para “evitar especulação”.

“O que mais tem trazido uma insegurança em relação à gestão de contas públicas tem sido a meta do déficit fiscal”, destacou a sócia da Blue3 Investimentos, Bruna Centeno.

Análise gráfica do BB destacou que a antecipação do anúncio do valor total do bloqueio e contingenciamento do Orçamento para 2024 foi vista como positiva pelos agentes de mercado. “Porém, os investidores ainda aguardam o detalhamento das medidas para cortes de despesas do Orçamento de 2025”, acrescentou.

O mercado ainda acompanhava o desenrolar da campanha presidencial nos Estados Unidos, após discurso do presidenciável republicano Donald Trump e relatos de uma possível desistência do presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, da disputa.

Biden, afastado das atividades após um diagnóstico de Covid-19, voltará à ativa na próxima semana, de acordo com o seu chefe de campanha, Jen O’Malley Dillon.

Já na cena corporativa, as ações da Sabesp fecharam em alta de 3,51%, na estreia da emissão de papéis dentro do processo de privatização da companhia de saneamento.

Embraer subiu 1,14%, em nova sessão de alta. A companhia informou ontem à noite que despachou 46 aviões dos segmentos comercial e executivo a clientes no segundo trimestre, um a menos que no mesmo período do ano passado. A carteira de pedidos ainda encerrou junho em US$ 21,1 bilhões, 22% acima do registrado no final do primeiro semestre de 2023.

Vale fechou perto da estabilidade em dia de queda do minério de ferro no exterior. Os papéis preferenciais da Petrobras avançaram 0,42% e os ordinários, 0,26%.

Na véspera, com temores sobre o fiscal, o dólar fechou em alta firme de 1,90%, cotado a R$ 5,588, e a Bolsa caiu 1,39%, aos 127.652 pontos, com quase todas as empresas da carteira teórica do Ibovespa no negativo.

(Folhapress)

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