Divinópolis

Evento em Divinópolis promove diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço

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A cidade de Divinópolis (MG), receberá nos dias 1 a 6 de julho uma série de ações alusivas à campanha de Julho Verde – Informação que Muda Histórias – do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço. Por meio da ação das Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar (LAOH) e da Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral (LADO), ambas situadas no município. Em Minas Gerais, o câncer de cavidade oral é o sexto mais prevalente entre os homens. Entre as mineiras, o câncer de tireoide é o terceiro mais prevalente. Na sexta (6), a Unifenas abrigará o Dia D, de rastreamento de lesões suspeitas e no sábado, será a vez do Sábado Verde, na Praça do Santuário

Apesar de as principais causas (tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e infecção pelo vírus HPV) terem sido descobertas e os sinais e sintomas serem visíveis, o câncer na região de cabeça e pescoço, especialmente de cavidade oral e laringe, são diagnosticados, em 80% dos casos, em fase avançada. Pensando nisso, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) traz para a campanha Julho Verde de 2024 o tema “Informação que Muda Histórias”, que visa conscientizar a todos sobre a importância de buscar e compartilhar conhecimento como um princípio da transformação.

Uma das cidades selecionadas pelos organizadores para receber ações presenciais este ano é Divinópolis, a maior da mesorregião do Oeste de Minas, com 240 mil habitantes. As atividades serão lideradas pela Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar e Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral, ambas coordenadas pela cirurgiã-dentista Luciana Vieira Muniz, coordenadora do Comitê de Ensino e Ligas Acadêmicas do GBCP e docente de Estomatologia e Patologia Oral na Unifenas.

Luciana Vieira Muniz, cirurgiã-dentista

Em Minas Gerais, o câncer de cabeça e pescoço mais comum é o de cavidade oral (região da boca), com a previsão de 1820 casos a serem diagnosticados em 2024, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). No Brasil, 8 entre 10 casos de câncer que acometem a cavidade oral são descobertos já em fase avançada. Como consequência, o diagnóstico tardio resulta em menor chance de controle da doença, pior qualidade de vida para o paciente, maiores taxas de morbidade e mortalidade, maior risco de mutilação em razão da necessidade de cirurgias mais extensas, maior complexidade de outras modalidades de tratamento e maior demanda por reconstrução facial, assim como mais desafios na reabilitação do paciente.

Os diferentes tumores localizados na região de cabeça e pescoço acometem, além da cavidade oral (que compreende a boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato), também de seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais), faringe (nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde se encontra a amígdala e a base da língua) e hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), além da laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.

AS AÇÕES PRESENCIAIS EM DIVINÓPOLIS

Já na segunda, dia 1 de julho, as atividades começam em Escolas, que receberão palestras de “Conscientização para Adolescentes e Jovens sobre os Efeitos Orais Relacionados ao Uso dos Cigarros Eletrônicos”. O público-alvo é de alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. A primeira parada é às 8h30, na Escola Municipal Padre Guaritá. Na terça (2), às 11h, será a vez do Colégio Roberto Carneiro. Na quarta, as atividades serão na Escola Municipal Otávio Olímpio de Oliveiro, às 7h50 e na Escola Municipal Professor Bahia, às 10h. Na quinta, serão também duas palestras, sendo uma, às 7h30, na Escola Municipal Benjamim Constant e outra, às 11h, novamente no Colégio Roberto Carneiro.

As Unidades Básicas de Saúde, por meio de equipes do Estratégia da Saúde da Família (ESF), receberão palestras, sempre com início às 7h, que terão como tema a “Conscientização sobre Câncer de Cabeça e Pescoço”. As atividades serão nas unidades Belvedere I e II, Santa Rosa e Nossa Senhora das Graças (segunda, dia 1); Ipiranga I e II, Porto Velho I e II e Jusa Paraíso (terça, dia 2); Maria Helena, Icaraí e Vila das Roseiras (quarta, dia 3), Sagrada Família, Candidés e Vale do Sol (quinta, dia 4) e Nações e Tietê (sexta, dia 5).

“Com as atividades em escolas, vamos orientar sobre os riscos daquilo que está cada vez mais sendo consumido por jovens e adolescentes, que é o cigarro eletrônico. Vamos usar uma linguagem adequada para esse público, que é também formador de opinião em seus lares. Nas UBSs, nosso foco é em educação continuada, para mostrar a todos os profissionais de saúde que eles são agentes de transformação na saúde e devem protagonizar a conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço”, ressalta Luciana Vieira Muniz.

DIA D DO DIAGNÓSTICO PRECOCE 

Os alunos que integram a Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar e Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral, vinculadas ao Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (GBCP) vão promover já sexta (6), das 14h às 17h, o Dia D de Rastreamento de Lesões Suspeitas. A ação será na Clínica Unifenas, dentro do campus de Divinópolis da Unifenas. Gratuitamente, o público será atendido pelos ligantes, que examinaram os participantes e, em caso de identificação de lesões suspeitas, serão encaminhados para um serviço especializado, que poderá solicitar exames para confirmação do diagnóstico.

Encerrando as atividades em Divinópolis, haverá o Sábado Verde, das 9h às 12h, na Praça do Santuário. No local, além da distribuição de material informativo sobre prevenção e diagnóstico precoce de câncer de cabeça e pescoço, o público será convidado a colocar o corpo em movimento, com atividades físicas coordenadas pelo educador físico, João Jarber.

QUAIS SÃO OS SINAIS DE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO? 

Os principais sinais de alerta para câncer de cabeça e pescoço são:

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes com mobilidade ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças na voz
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

Vale ressaltar que a existência de qualquer dos sinais e sintomas pode sugerir a existência de câncer, cabendo ao médico avaliar a necessidade de se pedir outros exames para confirmar ou não o diagnóstico. Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças benignas. É importante consultar o médico ou o dentista se qualquer desses sintomas persistir por mais de duas semanas. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de sucesso:

OS FATORES DE RISCO SÃO CONHECIDO E A DOENÇA É EVITÁVEL

Diferente de muitos tipos de câncer, em que as principais etiologias (causas) não são conhecidas, os principais fatores de risco para desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço são bem estabelecidos: não fumar, evitar consumo de bebidas alcoólicas e se prevenir contra o vírus HPV, medida para a qual há vacinas na rede pública e privada de saúde, para imunização de meninos e meninas. Há, portanto, um fator comum nos tumores de Cabeça e Pescoço: na maioria das vezes são evitáveis.

Desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Esses HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.

De acordo com a oncologista clínica, Aline Lauda Chaves, diretora do GBCP e do DOM Oncologia, de Divinópolis, a contribuição de todos nesta causa é muito importante. “Juntos, podemos amplificar e construir uma base de informação sólida que quebre o desconhecido e gere transformação. Queremos que a informação correta e atualizada sobre o câncer de cabeça e pescoço chegue a todos os profissionais de saúde e para a população em geral”, afirma.

SOBRE O GBCP

O Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço é uma organização sem fins lucrativos estabelecida por meio da colaboração voluntária de seus membros, profissionais da área da saúde envolvidos na jornada de cuidado do paciente com tumores de cabeça e pescoço. O GBCP é um grupo multiprofissional com a missão de influenciar todo o ciclo de cuidado do câncer de cabeça e pescoço no Brasil, atuando em quatro frentes de trabalho: comunidade geral, cuidados com pacientes e cuidadores, profissionais de saúde e pesquisa científica. Informações em https://www.gbcp.org.br/.

(Informações de: Moura Leite Netto/SENSU Consultoria de Comunicação)

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