Acidente
Brasil teve 1 acidente aéreo a cada dois dias em 2025; 11 pessoas morreram
Com a queda de um avião de pequeno porte no município de Prado, extremo sul do Estado da Bahia, nessa segunda-feira (10/2), o número de mortes em acidentes do tipo subiu para 11 neste ano. Foi o 23º acidente aéreo do ano, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que ainda não contabiliza o trágico evento da Bahia e o que ocorreu em São Paulo na semana passada. O total representa 1 acidente a cada quase dois dias (1,82) em 2025.
Somente no mês de janeiro deste ano, oito pessoas morreram após queda de avião no país. Apesar de significativo, o número é menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Em 10 anos, o total de mortes em janeiro é o quarto maior, igualando ao de 2017.
Em relação aos últimos 10 anos, Minas Gerais registrou o janeiro com o maior número de acidentes. Foram cinco ocorrências registradas pelo Cenipa para os primeiros 31 dias deste ano. Das cinco ocorrências, duas tiveram mortes. Ao todo, foram quatro vítimas no Estado, sendo três em Cruzília e uma em Uberaba.
Antes, os janeiros com mais acidentes aéreos em Minas Gerais foram 2024 e 2023, com três ocorrências. Já 2022 teve duas ocorrências, enquanto todos os anos entre 2015 e 2021 registraram apenas um acidente nos primeiros 31 dias.
Alta de acidentes
Não é só impressão de quem lê o noticiário e se lembra de casos que tiveram repercussão: os acidentes aéreos com aviões particulares estão ficando mais frequentes. Em 2024, o Cenipa registrou o maior número de acidentes aéreos em relação aos dez anos anteriores – foram 175 acidentes que mataram 152 pessoas. Em 2015, foram 172 acidentes, com 79 mortes. O salto começou em 2022. Naquele ano, foram 138 acidentes com 49 mortos. No ano seguinte, já foram 155 acidentes, com 77 mortos.
Raul Marinho, diretor técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), explica que o número de acidentes cresceu porque “a frota de aviões aumentou muito depois da pandemia”. De acordo com dados da Abag, em 2022, ano do fim da emergência de saúde da pandemia, o Brasil tinha 9.607 aviões executivos. Em outubro de 2024, a frota passou a contar com 10.484 aviões do tipo.
É esta categoria – a chamada aviação executiva – que concentra a maioria dos acidentes registrados nos últimos anos. Também chamada aviação geral, ela abrange todos os tipos de aeronaves que não fazem voos regulares (linhas aéreas) nem militares.
De acordo com o Cenipa, dos 1.569 acidentes aéreos registrados de janeiro de 2015 até a última sexta, quase metade (727) aconteceu na chamada aviação privada -aviões que não podem cobrar para transportar passageiros, de uso exclusivo de seus proprietários.
Fonte: Folhapress/O Tempo https://www.otempo.com.br/brasil/2025/2/11/brasil-teve-1-acidente-aereo-a-cada-dois-dias-em-2025-11-pessoas-morreram