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À espera do salvador da Pátria

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Domingo teremos a grande festa da democracia, o país vai às urnas, movido pelo sentimento da esperança, embora tenhamos que ressaltar alguns aspectos dessa corrida eleitoral, que denotam o antagonismo entre o entusiasmo do momento e o porvir, que atesta um cenário inquietante.

Elenco quatro aflições, das mais básicas características de Sua Excelência, o fato. Eis a primeira e mais óbvia constatação: a sociedade brasileira está trincada, perigosamente dividida. A segunda obviedade é alarmante: as eleições presidenciais que vivenciamos não devolverão ao país a paz e unidade desejadas. A terceira constatação é um paradoxo, Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, que lideram a corrida presidencial segundo os institutos de pesquisa, apresentam-se como a solução do problema, quando são também, considerável parte do imbróglio. E por fim, o ressurgimento do “monstro”, a opinião pública, assim definida pelo saudoso estadista JK.

Aqui, abro um parêntese, com um certo saudosismo, embora não tenha vivido à época, mas a história assim nos ensina, o quão rico, em projetos e ideias, eram os progressistas tempos sob a governança de JK; o “monstro”, assim ele apelidou a opinião pública, o aclamava, e quiçá, tivéssemos produzidos quadros parelhos, para nos representarem.

O “monstro” tem tido papel preponderante na corrida presidencial, assim como nos contundentes protestos em 2013, inflados pelo reajuste tarifário do transporte urbano, tomaram proporções até então inimagináveis; no  impeachment em 2016, fomentaram o fim precoce de um governo que a pouco se reelegera; e agora travam uma batalha entre “ele sim” e “ele não”, e o ecoar do asfalto escaldante, fervilha na reta final da campanha, como observarmos no último final de semana.

A caminho do segundo turno, Bolsonaro e Haddad são cabos eleitorais um do outro. Quem rejeita o capitão pende para o poste de Lula. E vice-versa. Nesse contexto, a corrida presidencial resultará na eleição do presidente por exclusão, o mais alto cargo da Nação tende a ser ocupado por alguém que bate à casa de 40% de rejeição, segundo as pesquisas, um mandatário que já no início de gestão, terá a ojeriza de considerável parcela da população, governará um país fragmentado.

Entre o “mito”, assim os partidários de Bolsonaro o proclamam, e a “ideia”, uma auto definição do ex-presidente Lula, que copila para eleição de seu pupilo, Haddad, vejo umas gentes brasileira atordoada e com o olhar distante, à espera do salvador da Pátria.

A insensatez conduz ao estilhaçamento dos valores democráticos. A incapacidade dos atores políticos de produzir algo que se pareça com um acordo elementar contra a produção de sandices devolveu a crise às ruas a uma semana do primeiro turno, uma polarização absurda que nivela o debate político ao mais raso do aceitável, donde projetos e propostas são relegados e acusações dominam e acaloram, suplantando o que em tese, seria oportuno momento de buscarmos a unidade e/ou a consistência acerca das  demandas e urgências da Nação.

Ainda assim, deixemo-nos contagiar pela esperança, motivar pelo anseio de justiça social, e bem designar nossos representantes no executivo, federal e estadual, e nas casas legislativas, e o façamos munidos de criteriosa avaliação e certos da ímpar responsabilidade do nosso papel como votante; que o BOM PAI, nos ilumine nessa singular missão. 

 Abençoada semana, Graça e Paz

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