Editorial - Opinião sem medo!

Você tem problema?

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Na última terça-feira, dia 09 de junho, aconteceu em Nova Serrana mais uma reunião ordinária do legislativo municipal. Em uma noite onde novamente a casa teve pronunciamentos e polêmicas para ninguém botar defeito, surgiu da boca de Cabral mais uma pérola.

Em uma discussão entre Cabral e o presidente Ricardo Tobias surgiu a pergunta em forma de afronta.

– “você tem problema?”

No momento o fato foi até engraçado, mas ao refletir sobre o que tem acontecido em Nova Serrana, nos arrependemos de rir da trágica condição política que vivenciamos em nossa cidade.

Quando trazemos a pergunta para a nossa condição de vida pessoal, podemos ter uma avaliação diferente das questões relacionadas à política, ao desenvolvimento de nosso município, e como consequência, nossa condição de vida.

Assim, aqui vamos tomar o direito de responder a afronta, não defendendo Ricardo, longe disso, vamos até novamente criticá-lo (difícil seria não fazê-lo), mas como cidadãos precisamos de desabafar pela falta de respeito que está impregnada nos políticos municipais (com raras exceções) e em suas atitudes contra nossa população.

Nós temos sim um problema! Temos o problema de ter que arcar com uma casa do legislativo que é em grande parte do seu tempo, inoperante, ineficiente, incompetente e desrespeitosa com a população. Uma vez que ao analisar os procedimentos de cassação dos vereadores afastados, ficamos chocados com a falta de preparo daqueles que deveriam presar por nosso povo.

Ao perceber a incapacidade da maioria massiva dos edis em conduzir o processo de cassação percebemos que temos um problema grande. O de termos representantes que não sabem quais são os reais interesses e direito do povo. Que não conhecem as normativas e exigências de seu trabalho, que não terão condição de atuar de forma diferente a das ações eleitoreiras em busca de votos.

Temos o problema de que a casa do legislativo está corrompida. Boa parte dos vereadores não atuam pela população e sim pelo seu interesse pessoal, que nesse caso está aliado as vontades e mandos da realeza, que enfia projeto goela a baixo, protocola e estabelece que vai ser colocado em votação ainda que fira o interesse das classes atingidas com a pauta.

Temos o problema de perceber que no processo de cassação, sérias denúncias são colocadas contra o executivo, que agora, foi acusado de pedir as verdinhas para os vereadores suplentes, e como se fala em bastidor, teve quem aceitou.

Partindo dai existe uma clara interferência em um processo que é de interesse popular que chegue ao fim, mas que claramente se mostra contaminado com o interesse pessoal dos nossos políticos.

Temos o problema de vivermos um ano eleitoral, em meio a uma pandemia, onde tudo é de interesse de uma sociedade que está às minguas dos auxílios e benefícios governamentais.

Dessa forma claramente a sociedade se encontra fragilizada, e se torna refém das boas ações daqueles que às vésperas do período eleitoral se manifestam e se tornam os heróis sem causa.

Temos o problema da Copasa que até agora não foi resolvido; houve barulho, mas do nada se esquece, não se fala, não se aborda, não pronuncia, mas não podemos esquecer.

Temos o problema de presenciar a condução de um processo de cassação, onde o denunciante, simplesmente opta por não se pronunciar nas oitivas que tem o objetivo de esclarecer e dar cara ao culpado.

Temos o problema do presidente que claramente não tem moral e muito menos o respeito de parte dos vereadores da oposição. Mas também sinceramente pensamos que não poderia ser diferente.

Além do projeto do observatório de ET, praticamente nada de tão relevante foi feito pela presidência, que se alinhou ao executivo para ter o poder, e agora milita claramente pela base.

Nesse problema tivemos troca de partido, tivemos novas fidelizações sendo declaradas, e não que sejamos contra o prefeito, ou a favor de qualquer um que seja afastado, afinal, quem errou que pague por seus pecados, mas não podemos concordar com os constantes atropelos da democracia e do regimento interno do legislativo, para que o presidente assuma seu lugar no clero e defenda seu senhorio de forma quase que irracional.

Já finalizando temos o problema de que em uma cidade como a nossa, pouquíssimas bocas tenham coragem de fazer o trabalho de forma séria e correta, sem se submeter aos mandos e desmandos de quem tem o poder, sem que haja ameaças, sem que haja mentiras, sem que haja corrupção.

Mas isso infelizmente faz parte de uma cultura popular, que estabelece vãs ideias que se tornam verdades e afirmam que sem corrupção não existe a política brasileira.

Para finalizar não podemos deixar de considerar que temos o problema de ter tanto problema que um editorial é pouco pra listar, mas se é pra lamuriar, preferimos labutar e seguir cumprindo nosso papel como Popular, sendo isso um problema para as “autoridades políticas”, ou não.

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