Economia
Vídeo: Consumidor de BH troca tomate por cenoura e reclama de falta de café em empresas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro na região metropolitana de Belo Horizonte ficou idêntico à média nacional: 1,31%. Confira o que moradores de BH tem achado sobre os preços. pic.twitter.com/CqFdoNcYyQ
— O Tempo (@otempo) March 12, 2025
Quem frequenta supermercado, sacolão e açougue em Belo Horizonte já percebeu que os preços não andam muito “amigáveis”. Os consumidores, porém, têm sentido que alguns itens pesam mais no bolso e são os verdadeiros vilões da inflação. Nessa lista constam produtos como a carne vermelha, o ovo, o tomate e o cafezinho – que tem sumido até do lanchinho oferecido pelas empresas aos clientes.
“Venho percebendo que até as empresas estão cortando os gastos. Nesta semana eu fui em uma concessionária que costumava oferecer lanche e café. Na última visita só tinha água, não tinha nem um biscoitinho. Para o consumidor também não tem sido fácil, a banana prata está cara, acima dos R$ 6 o kg, então substituí pela caturra para continuar comendo a fruta”, conta a advogada Carina Marques.
A percepção de que esses itens estão mais caros está de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, divulgado nessa quarta-feira (12/3), que foi de 1,31% – a maior taxa para o mês em 22 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Os itens que mais puxaram a inflação para cima foram os ovos, que avançaram 15,39%, e o café, que teve alta de 10,77%.
Já a dona de casa Jeane Givanez reclamou da alta do tomate e da carne vermelha, principalmente do contrafilé e do músculo. “Eu comprava músculo por pouco mais de R$ 20 e agora está custando quase R$ 40 o kg. O tomate está a R$ 14 o kg na região onde moro, então acabo comprando outros itens, como a cenoura e a beterraba. Até a couve, que eu comprava por R$ 1,99, está a R$ 4. Está tudo caro”, diz.
O tomate ficou 12,29% mais caro em fevereiro, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead), da UFMG, e encerrou o último mês sendo vendido a uma média de R$ 7,89 na capital mineira.
Por outro lado, alguns produtos ficaram mais baratos segundo o IPCA de fevereiro, como a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%). Mesmo assim, há quem aponte que essas quedas não são suficientes para aliviar o bolso. “Senti uma leve queda no preço do arroz, mas ainda preciso escolher um produto de marca inferior para conseguir pagar. Senti que houve redução no padrão de vida nos últimos tempos”, aponta o caminhoneiro Almerindo André da Silva.
Para enfrentar os vilões da inflação, a autônoma Cecília Maria Jesus afirma que “não perde uma promoção”, e a cirurgiã dentista Stael Teixeira garante que faz muitas pesquisas e compra em mais de um lugar para encontrar os melhores preços. “Consegui comprar um azeite italiano por R$ 39 em um supermercado nesta semana”, comemora.