Cidade
Vereador de Itaúna tem mandato cassado por ‘rachadinha’
Com 16 votos a favor e uma abstenção, vereadores aprovaram o parecer da comissão processante
Com 16 votos a favor e uma abstenção, o mandato do vereador de Itaúna, região Centro-Oeste do Estado, Lacimar Cezário, conhecido como Três (PSD) foi cassado devido à prática conhecida como “rachadinha”. A reunião extraordinária para votação do relatório final da comissão processante foi realizada na quinta-feira (9) após o juiz Alex Matoso Silva da segunda vara cível, determinar a releitura do parecer.
A denúncia foi protocolada em fevereiro pelo ex-assessor da vereadora Otacília Barbosa (PV), Thiago Aníbal. Ele filmou a ex-assessora de Três, Carine Viana relatando a prática que consiste na devolução de parte do salário para o parlamentar. Ela alegou ter devolvido R$ 1,5 mil em três vezes, o que representa um quinto da remuneração mensal dela.
No vídeo utilizado para materializar o relatório, Carine conta que deixava o dinheiro em uma gaveta do gabinete e, na sequência, o vereador retirava. Ela cita a possibilidade de a prática se repetir com outros assessores. A gravação mostra ainda a ex-assessora tramando com o denunciante uma forma de filmar Três pedindo e retirando o valor do local indicado por ele. Entretanto, a filmagem não ocorreu. Confira o diálogo:
Para o relator, Lacimar Cezário “não agiu de modo conveniente como determina o decoro, ao solicitar os valores pecuniários a sua assessora de gabinete”. “E a imoralidade da situação reside no fato de um agente político obter vantagem financeira à custa do prejuízo de um subalterno que só aceita o prejuízo por medo de perder o emprego e consequentemente sua fonte de subsistência”, argumentou.
Recursos
O vereador cassado disse que já esperava pelo resultado. “Por que é muito tenso para meus pares tomar decisão em ano eleitoral. Todos têm medo por causa da repercussão da mídia”, afirmou. Disse ainda que irá recorrer, pois trata-se “de um processo cheio de vícios e falhas”.
Três voltou a classificar a denúncia como “política” e a contestar o vídeo usado para embasar o relatório. “É um vídeo de ‘diz me diz’ em que não apareço praticando nada de irregular”.