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Câmara Municipal de Nova Serrana

Vereador Cabral abandona plenário após debate com presidente da Câmara Municipal

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“enquanto eu for vereador dessa casa eu não vou admitir que a Câmara se torne uma secretaria da prefeitura”

A 13ª Reunião ordinária da Câmara Municipal de Nova Serrana, teria mais uma noite pacata nas páginas da política municipal, isso se durante as falas dos edis, apresentando uma justificativa pelo qual foi cedido dois carros ao executivo, uma discussão entre o presidente da casa, vereador Ricardo Tobias (MDB) e o seu colega vereador Cabral não tivesse ocorrido.

Com a discussão dos dois vereadores, Cabral, pediu licença da mesa e após autorização do presidente abandonou a reunião ordinária, porém não antes de deixar claro que o presidente da Câmara teria desrespeitado sua comissão e a Câmara, ao realizar a concessão do veículo de sua comissão permanente, sem consultar os demais vereadores da casa.

Entenda o caso

A Câmara Municipal recebeu do executivo um ofício solicitando a concessão de dois automóveis, a primeira aconteceu em janeiro e a segunda em abril. Os pedidos da prefeitura foram para cessão de automóveis para atender as secretarias de Indústria e Comércio e a Defesa Civil do Município.

O desgaste foi gerado pela forma como foi adotada a ação por parte da presidência da casa, que no mês de abril, segundo informado pela procuradora, no dia 30, cedeu um veículo para a prefeitura, automóvel que estaria sobre responsabilidade da Comissão Permanente de Meio Ambiente, que é presidida pelo vereador Cabral, o qual segundo a legislação da Câmara responde pelo veículo.

A decisão foi tomada pela presidência devido a prerrogativa que lhe cabia, segundo pontuado, contudo, nenhum membro da mesa diretora foi ouvido antes da cessão do veículo. Bem como o vereador presidente da comissão ao qual o automóvel era diretamente relacionado.

Cabral por várias vezes salientou na reunião que ficou sabendo que o veículo não mais estaria sobre a tutela do legislativo e de sua pasta por meio do jornal O Popular, que o questionou sobre o fato para confecção de matéria publicada em nosso impresso na última segunda-feira, dia 11 de maio.

Ponderações do presidente no debate

Durante a reunião ordinária da última terça-feira, o presidente da Câmara então leu na integra a nota encaminhada ao Jornal O Popular explicando os motivos e como se deu a cessão do veículo.

O presidente ainda ressaltou que no seu entendimento é imoral para com a cidade de Nova Serrana, para a população a Câmara ter oito veículos parados, sete carros e uma van, e o município necessitando dos veículos. Os carros pertencem a cidade e por esse motivo foram cedidos para o executivo possa os utilizar até o final desta gestão.

Ricardo ainda salientou que os automóveis da Câmara são para uso de todos os vereadores, e em tempo de pandemia, os veículos sendo cedidos ao executivo, representarão uma economia de quase R$ 4 mil por mês aos cofres públicos.

Cabral Rebate e deixa reunião

O vereador Cabral por sua vez ressaltou que não discorda com a cessão dos veículos, o problema é a forma como foi realizada a ação do presidente. O vereador salientou que existem mais vereadores na Câmara e que se não fosse este Popular, não teria tomado conhecimento do fato, uma vez que a presidência não levou aos demais vereadores a decisão, tão pouco apresentou a documentação do veículo.

Cabral ainda disparou que a Câmara Municipal não é a casa de Ricardo Tobias, onde ele usa as colheres e o prato como bem entender, e afirmou, “enquanto eu for vereador dessa casa eu não vou admitir que a Câmara se torne uma secretaria da prefeitura. Se tudo que está aqui é da prefeitura, mande para eles também a nossa folha de pagamento. Essa casa é uma autarquia, ela deve fiscalizar a cobrar o executivo, não vou admitir que ela se torne uma secretaria da prefeitura”.

Após o presidente falar que sua ação foi moral, e que a postura do vereador compactua com a imoralidade, Cabral pediu licença do plenário e com a autorização do presidente abandonou a reunião ordinária.

Vereadores ficam divididos

Após o bate boca, os demais vereadores se posicionaram sobre o fato. Remirton José salientou que o empréstimo não é o problema, mas sim a forma autoritária com a qual o presidente vem tomando as atitudes à frente da Câmara.

Por sua vez a vereadora Terezinha do Salão, reforçou que o fato deveria ter sido tratado em gabinete e não deveria ter tomado a proporção que tomou, faltando assim sabedoria por parte da presidência.

Já Willian Barcelos, vice-presidente, afirmou que a mesa diretora somente tomou conhecimento do fato após o veículo ser cedido, e ainda salientou que até o momento não tiveram acesso aos documentos, sendo assim determinados questões como a quem ficaria a responsabilidade com os impostos, manutenção e responsabilidades sobre o veículo.

Já Wantuir Paraguai, disse que o presidente deveria doar todos os veículos, inclusive a van da Câmara, deixando a entender em suas fala que os vereadores não necessitam do benefício.

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