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Economia

Vendas da indústria calçadista caem pela metade em Minas

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Setor emprega em torno de 40 mil colaboradores em Nova Serrana e cidades da região | Crédito: Sindinova/Divulgação

Sindinova atribui queda no trimestre a incertezas econômicas

A indústria de calçados em Minas Gerais registrou uma queda nas vendas em torno de 50% no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Esse resultado foi causado por fatores como o clima de insegurança no mercado causada pelas atitudes do governo federal. É o que diz o vice-presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes. Com informações de Diário do Comércio e Sindinova.

O vice-presidente conta que os primeiros meses de 2023 foram muito ruins para o setor calçadista, com muitas dificuldades em relação às vendas. Para ele, isso é o resultado de um ambiente de muita incerteza, que tem desestimulado tanto os investimentos quanto o consumo.

Sobre as exportações, Gomes diz não ter dados em relação aos três primeiros meses do ano, mas lembra que elas apresentaram um bom resultado em 2022, com 8% da produção. O vice-presidente do Sindinova também ressalta que mesmo com um possível bom desempenho nas exportações, elas “ainda estariam longe de conseguir mitigar a atual situação”.

Expectativas do setor

De acordo com ele, a indústria calçadista segue esperançosa em relação aos próximos meses, porém isso dependerá das futuras decisões do governo em relação à economia. Ele também explicou que ainda não é possível falar sobre estimativas agora, mas revelou que se o resultado do setor em 2023 for o mesmo que no ano anterior, isso já será considerado como algo positivo para a indústria.

Quanto aos principais desafios para as empresas calçadistas, Gomes ressalta a atual tendência do mercado de segurar seus investimentos e o alto nível de desemprego no setor.

Para o dirigente, a situação pode melhorar caso o governo faça mudanças nos projetos que foram apresentados, como é o caso do arcabouço fiscal, que agradem ao mercado. Gomes critica a ideia proposta de não haver punição, caso os gastos públicos superem a arrecadação e destaca a importância de se combater a inflação que, em sua opinião, é o maior desafio para o setor calçadista. “O governo tem falado bastante sobre os juros altos, mas se baixarmos os juros, o que acontece com a inflação?”, indagou.

Sobre o Polo Calçadista de Nova Serrana

Um dos mais tradicionais do Brasil, o polo calçadista de Nova Serrana, é composto por 12 municípios. Entre eles estão: Araújos; Nova Serrana; Bom Despacho; Onça de Pitangui; Conceição do Pará; Pará de Minas; Divinópolis; Perdigão; Igaratinga; Pitangui, Leandro Ferreira e São Gonçalo do Pará.

Atualmente, existem 1.200 empresas espalhadas nestas cidades, sendo a maioria em Nova Serrana. O polo produz 105 milhões de pares de calçados anualmente e emprega cerca de 40 mil colaboradores diretos e indiretos.

Os calçados são exportados para 30 países.  Entre eles, estão Argentina; Estados Unidos; Equador; Panamá; Taiwan; Bolívia; México; Uruguai; Venezuela; Costa Rica; Paraguai; Itália; Portugal, Espanha e Canadá.

Já no mercado interno, os principais compradores são as regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

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