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Economia

Turismo religioso movimenta diferentes regiões de Minas Gerais

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60% do patrimônio histórico do Brasil está em Minas e desse total uma boa parte diz respeito à experiência religiosa | Crédito: Divulgação Facebook Oficial Santuário Nhá Chica

Atividade, que movimenta cerca de R$ 5 bilhões por ano, somente no Estado, e responde por 36% dos viajantes que vêm para a região no mesmo intervalo, tem 11 rotas cadastradas

História e fé marcam o turismo em Minas Gerais. Dados do Observatório do Turismo mostram que 36% dos viajantes que chegam a Minas Gerais querem conhecer locais e festas de riqueza histórico-cultural, incluindo bens e eventos religiosos, movimentando cerca de R$ 5 bilhões por ano. De olho no potencial do turismo religioso no Estado, poder público, circuitos e toda a cadeia produtiva, o setor tem se mobilizado para promover capacitação, divulgação e promoção de atrativos e destinos com esse perfil. Com informações de Diário do Comércio.

No Estado, os viajantes encontram rotas estruturadas especialmente para o turismo da fé. Há diversas opções e os percursos podem ser feitos de carro, a pé, de bicicleta ou a cavalo. Atualmente, são 11 rotas religiosas cadastradas no Estado: Rota da Peregrinação, Crer – Caminho Religioso da Estrada Real, Caminho da Luz, Caminho da Fé, Caminho de Nhá Chica, Caminhos de Padre Victor, Caminhos de Padre Libério, Santuário da Mãe Rainha, Rota Nos Passos de Dom Viçoso, Caminho das Capelas e Caminhos Franciscanos.

Em 2024, a segunda edição do programa Minas Santa, um dos propulsores do turismo religioso no Estado, motivou uma movimentação turística de 500 mil pessoas no período da Semana Santa. As 660 ações chegaram a cerca de 600 municípios participantes da campanha, posicionando Minas Gerais como o principal destino turístico do País no feriado santo.

De acordo com a secretária de Estado Adjunta de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Josiane Miriam de Souza, a estruturação dos caminhos e a inserção deles nas políticas públicas estaduais para o turismo ajuda a transformar os atrativos e destinos em produtos turísticos capazes de serem consumidos por brasileiros e estrangeiros.

Dois novos caminhos estão sendo estruturados: o Caminho de São Tiago, no Campo das Vertentes; e o Caminho das Rosas, no Sul de Minas.

Santuário da Serra da Piedade

Santuário da Serra da Piedade, em Caeté, também é destino importante do turismo da fé | Crédito: Marco Evangelista / Imprensa MG

“60% do patrimônio histórico do Brasil está em Minas e desse total uma boa parte diz respeito à experiência religiosa. Independentemente da religião professada, as pessoas querem conhecer os templos, as festas e as manifestações religiosas. Queremos que em Minas o turista se sinta acolhido e confortável para viver as diversas experiências espirituais e religiosas. O turismo religioso contribui não só com o desenvolvimento socioeconômico, mas também com uma cultura de paz e liberdade tão cara a nós mineiros. Estamos conversando com os participantes do Caminho de São Tiago e o Caminho das Rosas, que leva ao Santuário de Santa Rita de Cássia – o maior do mundo edificado em honra de Santa Rita, com capacidade para 5 mil fiéis -, na cidade de Cássia, para integrá-los à política estadual”, explica Josiane de Souza.

Uma das rotas já estruturadas acontece entre as cidades de Inconfidentes e Baependi, também  no Sul de Minas: é o Caminho de Nhá Chica. Francisca de Paula de Jesus, que nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei (Campos da Vertentes), viveu em Baependi e foi beatificada pelo Vaticano em 2013.

Segundo o secretário Municipal de Turismo de Baependi, Kléber Vieira Ferreira, mais de 40 mil pessoas visitam a cidade por ano para conhecer o santuário dedicado a Nhá Chica e outros espaços por onde ela passou.

“O culto a Nhá Chica acontece desde o século passado, mas a partir da beatificação, em 2013, o fluxo de romeiros e turistas aumentou muito. Este ano, no dia da festa (14 de junho), tivemos 10 mil pessoas presentes na missa celebrada pelo Padre Antônio Maria”, destaca Ferreira.

A cidade tem cerca de 600 leitos, capazes de atender à demanda durante o ano. Além do turismo religioso, os visitantes podem aproveitar as trilhas e as 150 cachoeiras espalhadas pela Serra da Mantiqueira, além da gastronomia local. Fazendas produtoras de queijos e azeites especiais se abrem para visitação.

Evento religioso

Minas Gerais vai receber 1.200 congadeiros para uma reunião do Conep | Crédito: Reprodução AdobeStock / Charles Belmon

“O romeiro normalmente faz bate e volta e o turista fica mais dias, a fim de aproveitar os diferentes atrativos da cidade e também da região. Fazemos parte do Circuito das Águas e desenvolvemos com os nossos vizinhos uma política regional de turismo, valorizando os atrativos uns dos outros”, pontua o secretário Municipal de Turismo de Baependi.

Turismo religioso contempla diferentes denominações religiosas

Por questões históricas, a maior parte dos atrativos do turismo religioso em Minas Gerais está ligada à fé católica, mas outras denominações e manifestações religiosas também integram um rol de atividades e festas que atraem visitantes e geram emprego e renda.

“O que mais interessa é a cultura de paz, inclusive no exercício da fé de cada um. Vamos receber 1.200 congadeiros para uma reunião do Conep (Conselho Estadual de Patrimônio Cultural) para o registro do congado como patrimônio. Ao mesmo tempo, apoiamos, por exemplo, o Ore Comigo, evento de música gospel que no ano passado reuniu mais de 60 mil pessoas na Capital. Estabelecemos conversas com as cadeias produtivas e governos municipais e federal para melhorar e otimizar a infraestrutura para que os turistas tenham mobilidade, conforto e segurança no nosso Estado. Trabalhamos em parceria com a Secretaria de Infraestrutura apontando as necessidades dos territórios com uma forte vocação turística”, pontua a secretária adjunta de Cultura e Turismo de Minas Gerais.

Considerado o maior festival do gênero na América Latina, o “Ore Comigo Music Festival” teve sua segunda edição realizada no Estádio do Mineirão, na região da Pampulha, no último dia 22 de junho. O público de 60 mil pessoas lotou o espaço. De acordo com a produção, estiveram presentes turistas de 22 estados e foram gerados mais de mil postos de trabalho entre diretos e indiretos.

Idealizador do Ore Comigo, o Pastor Fábio Lacerda, diz que o Festival é a concretização de um sonho que ele já tinha há 19 anos.

“O Ore Comigo, que é um ajuntamento de irmãos com o mesmo propósito, independentemente de religião. Preparamos o melhor para que o público tivesse um evento de excelência, da recepção até a saída. Buscamos excelência na contratação do som, palcos, painéis de led, estruturas de pista, camarim. Além disso, dedicamos esforços em definir valores para ingresso, comida e bebida de forma que tudo ficasse o mais acessível para toda a família”, completa Lacerda. Esse conteúdo faz parte da página temática TURISMO.

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