Economia
Transportadores aguardam nova reunião que pode causar greve nacional em agosto
Setor exige a reversão das mudanças na Lei dos Caminhoneiros, que tratam da jornada de trabalho, descanso e fracionamento de intervalo
Os transportadores de cargas de todo o país aguardam o fim do recesso parlamentar e do Judiciário -previsto para 2 de agosto- para novas reuniões em Brasília, que podem desencadear uma greve no início de agosto. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (21) pelo presidente do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG). Com informações de O Tempo.
A motivação para o possível ato é que as empresas do setor exigem a reversão das mudanças na Lei dos Caminhoneiros feitas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o sindicato, o setor já se encontra em “estado de greve” desde o início de julho, em protesto contra as alterações em dispositivos da legislação, que tratam da jornada de trabalho, descanso e fracionamento de intervalo (ADI 5322).
Segundo Irani, no início deste mês a entidade passou por outras reuniões com diversas pastas – como Presidência da República, Ministério do Trabalho, Ministério dos Transportes e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para mostrar como as mudanças impostas pelo STF irão impactar as contas do setor de transportes.
“A gente irá aguardar o resultado das novas reuniões. Caso nenhuma medida seja tomada, certamente as atividades do transporte rodoviário de cargas serão suspensas em todo o país”, disse Gomes. Ele ainda ressaltou que “estão achando que os patrões estão contra os empregados. Mas, não é isso. Os empregados também não querem as mudanças da lei porque irão prejudicá-los, uma vez que ficarão mais tempo e perderão renda. Estão dizendo que é algo que vai beneficiar os motoristas, mas é muito pelo contrário.”
Ainda segundo o presidente do Sindtanque-MG, as mudanças nas jornadas dos motoristas vão aumentar o valor do frete, impactando todos os setores econômicos do país. “Se essas medidas não forem revistas, os preços do frete vão disparar no país e inviabilizar o transporte de cargas, pois o Brasil não tem infraestrutura para cumprir com tais exigências de descanso”.
Sobre as alterações na Lei dos Caminhoneiros, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) afirmou que “resta-nos aguardar a publicação do acórdão para saber os efeitos dos dispositivos tidos como inconstitucionais”. O fato é que, como tem feito desde o primeiro momento, a CNT continuará atuando, buscando modulação dos efeitos para evitar drástica repercussão financeira nas empresas com vistas a minimizar os impactos da decisão, defendendo os interesses do setor transportador no Brasil”.