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Trabalhadores da Ceasaminas protestam em Contagem contra privatização da empresa

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Cerca de 30 trabalhadores da Ceasaminas fazem um protesto, na manhã desta quarta-feira (2), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O ato é contra a privatização da empresa.

A manifestação começou por volta das 6h, e acontece na entrada da Central, às margens da BR-040.

“De fato, a Ceasaminas está no plano nacional de desestatização desde 1999, mas só agora isso foi de fato levantado pelo governo federal. E a nossa questão com a privatização, para além da questão dos nossos empregos e das pessoas que estão trabalhando aqui, temos dois pontos de suma importância: o primeiro deles é que o decreto que criou a Ceasaminas não prevê a auferição de lucros embora a Ceasaminas seja uma sociedade de economia mista que não tem obrigação de criar lucros, a gente dá lucro e ainda envia para o governo federal. A partir do momento que a Ceasa virar uma empresa privada, essa administração privada vai visar auferição de lucro. Auferindo lucro, isso vai aumentar o custo da administração do entreposto e esse custo vai ser repassado ao consumidor final”, explicou Sânia Barcelos Reis, trabalhadora da Ceasaminas e diretora do Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal no Estado de Minas Gerais (Sindsep-MG).

Sânia afirma que a Ceasa foi colocada a leilão por um valor inferior ao que realmente vale. Para o leilão, as empresas interessadas poderão fazer três lances: terrenos livres de Contagem, com valor mínimo de R$ 161 milhões, ações da União da empresa, sem os terrenos livres de Contagem, com valor mínimo de R$ 91 milhões e ações da União na empresa mais os terrenos livres de Contagem, no valor mínimo de R$ 253 milhões.

“A Ceasaminas foi colocada a leilão por uma avaliação do BNDES por um valor que não é nem 10% do que ela vale considerando que a gente tem o entreposto de Contagem e outras cinco cidades do interior de Minas: Caratinga, Barbacena, Governador Valadares, Uberlândia e Juiz de Fora”, afirmou.

Maria Aparecida Martins de Carvalho trabalha na Ceasminas há 16 anos como orientadora de mercado. Ela e os colegas estão apreensivos com a possível privatização.

“Nós estamos muito preocupados com isso. Nós,  funcionários, nunca estamos sabendo de nada. Qualquer informação que nós solicitamos é esdrúxula, evasiva, não dão um posicionamento do que vai ser feito com o nosso funcionário. Não sabemos se vamos se demitidos, deslocados para outro órgão. Estamos vivendo um momento de muita incerteza, de muita insatisfação”, explicou Maria Aparecida, que também é diretora dos empregados da Ceasaminas.

O grupo protesta na lateral e não atrapalha entrada no local. A previsão é que a manifestação termine às 9h. A reportagem aguarda posicionamento do Ministério da Economia.

Fonte: O Tempo

Foto: Alex de Jesus

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