Trabalhador chamado de ‘mineiro, animal peçonhento’ será indenizado em R$ 5 mil

Um trabalhador será indenizado em R$ 5 mil por ter sido chamado de “mineiro, animal peçonhento” durante uma reunião de trabalho. A decisão da Justiça considerou que o profissional era alvo de um tratamento hostil e desrespeitoso do seu superior, um engenheiro. A decisão ainda cabe recurso. As informações são do jornal O Tempo.

Os problemas, segundo o trabalhador, começaram em julho de 2018, quando ele foi transferido para uma obra do Complexo de Campo Largo, em Ourolândia, na Bahia. O tratamento se intensificou a partir de outubro do ano seguinte. Em julho de 2020, ele foi dispensado.Após o desligamento, o profissional solicitou o pagamento de indenização por danos morais, alegando “falta de bom ambiente de trabalho, humilhações, escárnios, provocações, comentários ofensivos e desairosos dirigidos por aquele senhor”.

Os advogados de defesa da empresa negaram as acusações e afirmaram que ele recebia tratamento respeitoso dos colegas de trabalho e dos superiores. No entanto, testemunhas confirmaram a versão do trabalhador e contaram que o tratamento hostil teria ocorrido durante uma reunião de apresentação on-line, com cerca de vinte pessoas. Uma das testemunhas disse ainda que esse mesmo tratamento teria se repetido em outros encontros do grupo.

O trabalhador não chegou a formalizar a denúncia nos canais da empresa. Porém, para a Justiça, a falta desse registro não sugere consentimento dele com o tratamento. Diante disso, foi determinado o pagamento de indenização pelo ato abusivo, uma vez que este ocasionou com constrangimento e humilhação. A decisão é da Nona Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), que manteve a sentença emitida pela 4ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.