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Torcedora do Galo denuncia assédio no Mineirão: ‘Fui agarrada e beijada à força’
Uma torcedora do Atlético, de 25 anos, usou as redes sociais para denunciar que foi vítima de assédio durante a partida entre Galo e Corinthians, na noite dessa quarta-feira (10/11), no Mineirão. As informações são da Itatiaia.
Este é o terceiro registro em menos de 10 dias no estádio, quando outras atleticanas também disseram que foram assediadas nos confrontos contra Grêmio e América, na última quarta (3) e no domingo (7).
Procurada pela nossa reportagem, a atleticana Débora Cotta conta que, como o Mineirão estava bem cheio no jogo de ontem, ela decidiu ir ao bar no segundo tempo, após o intervalo, pelo fato de o espaço estar mais vazio. Ao chegar no local e perceber que estava lotado, a torcedora resolveu escorar em uma bancada e esperar que a intensa movimentação diminuísse para, então, comprar cervejas. Quando conversava com uma mulher que estava passando mal, Débora foi agarrada e beijada à força por um homem desconhecido. De imediato, ela tentou se soltar, mas não conseguiu.
Estou vindo aqui contar pra vocês a péssima experiência que eu tive hoje no bar do @Mineirao, no começo do segundo tempo eu fui buscar cerveja quando um homem veio até mim, me agarrou e me deu um beijo na boca a força. Logo ele saiu correndo, eu fui atrás, e na hora da raiva eu+
— DÉBORA COTTA (@eudebssss) November 11, 2021
Por estar nervosa, a vítima reagiu dando socos e chutes no agressor, e revela que gritou em meio à multidão para ser ouvida e denunciar o assédio. Em um primeiro momento, ninguém a ajudou e nem tentou segurar o homem.
Após a agressão, a vítima contou que uma mulher, preocupada com a situação, a levou em direção aos seguranças do estádio. Ao relatar o ocorrido, Débora diz que os seguranças questionaram sobre possíveis testemunhas e se ela sabia onde estava o agressor. A resposta foi que a mulher ao seu lado era uma testemunha do fato e que o homem havia fugido.
Conforme a vítima, a orientação foi procurar a polícia, porque como os guardas não presenciaram a agressão, não podiam a ajudar. Foi quando um outro vigia se aproximou, perguntou o que havia acontecido e a encaminhou para a base da Polícia Militar nos arredores do Mineirão.
Ao chegar no local, Débora informou que os militares foram bastante prestativos, puxaram as imagens das câmeras de segurança no estádio e, rapidamente, confirmaram o assédio. Ela fez um boletim de ocorrência (BO) e detalhou que o policial que a atendeu já havia sido acionado para um caso semelhante no duelo entre Galo e Grêmio.
Um cara assediou minha mina na arquibancada. Ele já tava com uns papos estranhos antes disso acontecer. Quisemos afastar ele, que ficou agressivo. Chamamos a polícia e ele enfrentou os policiais. Foi preso e estamos aqui correndo atrás pra fazer o que precisa ser feito. https://t.co/JDddkOJQCX
— markin (@colemarkin) November 7, 2021
Débora Cotta ainda não foi procurada pelo Mineirão e confessou que irá, nesta tarde, à Delegacia de Plantão Especializada de Atendimento à Mulher, no Barro Preto, Região Centro-Sul da capital. Ela pretende, também, acionar a Justiça contra o estádio.
A Sala de Imprensa da Polícia Militar informou que os casos de importunação sexual foram registrados noite passada e também no último dia 3. Em relação à denúncia no dia 7, a corporação não encontrou um chamado no sistema. O namorado da vítima, que é conhecido na torcida do Atlético, disse que o suspeito foi preso na ocasião.
De acordo com a PM, o agressor na partida de ontem, que possui barba, vestia uma camisa do Atlético e usava bermuda vermelha no momento do crime, ainda não foi localizado. Eles estavam no setor amarelo do estádio.
Por meio de nota, o Mineirão informou que tomou conhecimento do caso e que está apurando a denúncia junto à equipe de segurança contratada, além de entrar em contato com Débora para colher mais informações.
O Mineirão encerra dizendo que vem aprimorando o treinamento de seus prestadores de serviço e tem trabalhado para acolher melhor as torcedoras. “É importante que denúncias como essa sejam feitas para que o estádio leve ao conhecimento das autoridades policiais”, concluiu.