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Sobre patos e a galinha de ovos de ouro

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As escolas de samba campeãs do carnaval do Rio mandaram o recado. Foi preciso muita criatividade, samba e bateria para que os brasileiros entendessem de uma vez por todas como se faz política no Brasil.

Foi preciso que a Beija-Flor e a Paraíso do Tuiuti desenhasse através de seus carros alegóricos, fantasias, mestres-salas, vampiros neoliberais, patos amarelos manipulados por mãos obscuras como se construiu o enredo político que levou o país à maior crise de sua história.

Ok, acho que todos entenderam. E agora?

Em outubro tem eleições para presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais. A sanha dos candidatos já está fervendo, aliás, nunca esteve fria. Enquanto tubarões se engalfinham em Brasília e noutros centros políticos, nas cidades os filhotes de tubarões já mostram seus dentes.

Em Nova Serrana, o ringue para o pleito de outubro já está sendo montado. Mas não se iludam, caros leitores e leitoras, nossos pré-candidatos não prestaram atenção na aula de história ministrada pela Beija-Flor e Tuiuti.

A verdade que dói muito é que os pré-candidatos a deputado de Nova Serrana sequer se deram ao trabalho de se prepararem para o cargo. Porque para eles essas eleições não passam de trampolim para alcançar a galinha dos ovos de ouro: a prefeitura. Sim, é ali que eles querem chegar.

A cartilha da enganação está novamente em uso e seus personagens nivelando-se iguais, como sempre. E nesse desfile patético mais uma vez o eleitor de Nova Serrana entra como pato manifestoche nas mãos manipuladoras de políticos com intenções sinistras, sabedores de “coisa alguma” querendo ser o destaque desse horrendo carnaval que é a política brasileira, “atravessando o ritmo”, desafinado, na contra-mão da história.

É questionável a capacidade de nossos pré-candidatos de nos representar como parlamentar, no sentido stricto do termo. Colocam-se como candidatos a deputado como se fosse uma eleição para prefeito.

As discussões sobre as questões de interesse de Estado – função primeira do parlamento – são substituídas pelo famigerado tomá-lá-dá-cá. Auxílio moradia, reforma da previdência, foro privilegiado, piso salarial dos professores, sucateamento do SUS, flexibilização das licenças ambientais, atingidos por barragem, demarcação de terras não são temas que fazem parte do vocabulário dos nossos pré-candidatos. Agem como as candidatas a Miss Brasil na passarela. Querem os aplausos, o glamour de um curto momento para daqui a dois anos pleitearem a galinha dos ovos de ouro.

Para isso farão pactos com o diabo, usarão o santo nome de Jesus em vão, contarão com o apoio de fundamentalistas interessados em benesses para suas crenças e rebanho, com o apoio de grupelhos de olho nas tetas publicas, com o apoio de pobres de olho em picolés e migalhas, com apoio de empresários de olho na perpetuação de seus trambiques.

São como urubus famintos de olho na carcaça, aventureiros, sem postura ideológica, sem partido, sem compromisso, sem programas, sem nada.

Uma simples pergunta desmascara a todos: “- qual a razão de você ser candidato a deputado estadual?” A resposta em uníssono: “–quero ajudar a população e a região e bla bla bla”, como se esse fosse o papel do parlamentar.

Nova Serrana precisa se reinventar na segurança, na saúde, na educação de seu povo, na indústria, mas principalmente na política. Caso contrário, vamos mudar pra não mudar, não mudar a maneira de mudar. Parabéns à Beija-Flor e a Paraíso do Tuiuti. E que Deus, mais uma vez, nos proteja!

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