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Calçados

Setor calçadista sofre com a crise econômica do covid-19 e vivencia queda de 80% de produção em 2020

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Após um início de ano com perspectivas promissoras referente a indústria calçadista, e ainda grande expectativa quanto ao desenvolvimento da economia nacional, o setor calçadista, que é o combustível para o desenvolvimento de Nova Serrana amarga uma queda de até 80% em sua produção.

Em janeiro de 2020, a indústria vislumbrava um cenário de crescimento avaliado em 6% em comparação ao ano de 2019, contudo, com os reflexos da pandemia de covid-19 queda brusca da economia nacional e mundial o polo de calçados de Nova Serrana, presencia uma amaga queda de 80% de sua produção, representando assim uma perda direta de 5 mil postos de trabalhos formais.

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria Calçadista de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Lacerda, as 832 empresas do polo, estão, desde o dia 20 de março, com a produção bem abaixo da capacidade.

O presidente salienta que apesar de muitos exercícios e ações que possam tentar minimizar os impactos futuros relacionados ao covid-19, ainda não se sabe qual será o resultado disso no fim de 2020, sendo certo para o setor apenas uma previsão, a indústria calçadista não terá qualquer crescimento em 2020.

Comércio fechado em capitais ratifica momento ruim

Como apontado por Ronaldo, vários fatores contribuem para essa projeção, como por exemplo, o fato de que embora muitos municípios tenham adotado medidas de flexibilização do distanciamento social, diversas lojas ainda estão fechadas.

As cidades de São Paulo e Belo Horizonte, dois grandes pontos de comercialização e escoamento da mercadoria produzida em Nova Serrana, por serem duas das maiores capitais do país, o comércio ainda permanece fechado como no fim de março, nesse sentido o presidente aponta que hoje, Belo Horizonte é junto à região metropolitana, a maior compradora do polo calçadista mineiro.

No entendimento do presidente do Sindinova, nem mesmo os negócios que já abriram foram capazes de dar um pouco de fôlego à região. As pessoas, ressalta o presidente do Sindinova, ainda têm medo de sair às ruas para comprar e temem, ainda, o desemprego. O consumo, portanto, ainda está bem travado.

Previsão de mais demissões

Após fechamento de cerca de 5 mil postos de empregos formais, as projeções para a indústria ao longo deste mês é de mais  postos de trabalho fechados diante da crise econômica causada pela pandemia. “Maio deverá ter mais demissões, infelizmente”, diz Ronaldo Lacerda.

Com a previsão, a situação econômica do município passa por um momento de instabilidade, isso porque a fabricação de calçados é absolutamente a principal atividade de Nova Serrana, sendo que antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) 20 mil colaboradores trabalhavam diretamente nas fábricas e mais 20 mil indiretamente.

Apesar de muitas empresas ainda estarem com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ativo, várias delas chegaram a demitir praticamente toda a equipe de produção e há riscos de fecharem as portas para sempre.

Cabe ainda ressaltar que as demissões também são reflexo de outro problema, uma vez que os pedidos com os fornecedores foram cancelados e os dos clientes estão em suspenso, esperando o retorno a certa normalidade.

Busca por alternativas

Muitos apontam que os verdadeiros empreendedores são aqueles que em momentos de crise, conseguem enxergar soluções e se permanecem firmes atuando no mercado. Se tratando de uma cidade que vive em função fabricação de calçados, muitos empresários vêem buscando caminhos alternativos para se manterem ativos e produtivos.

Algumas indústrias da cidade, como por exemplo, cerca de dez empreendimentos estão investindo na produção de máscaras. Outros negócios do polo também têm empregado esforços em outras estratégias de venda, e tem encontrado no e-commerce, uma forma de atuar durante a recessão, vendendo diretamente para o consumidor final.

Lacerda aponta que as comercializações ainda não são tão expressivas, quando comparam com as feitas em alta escala para revenda. No entanto, há a expectativa de um crescimento gradativo nesse sentido. “Essa é uma ação que poderá contribuir com as empresas inclusive no pós-crise. Elas estão aprendendo mais sobre essa área e estão gostando”, afirma o presidente do Sindinova.

De acordo como presidente, algumas vantagens já são sentidas, como a disponibilização geral de todos os modelos produzidos pelas fábricas e o contato direto com o consumidor. Assim, afirma Ronaldo Lacerda, pode-se ir fazendo modificações nos produtos de acordo com as ponderações dos clientes.

“Também temos formado grupos de empresas para fazer atualizações, passar informações e para que elas troquem soluções estratégicas entre si”, diz.

Polo vai se recuperar

Mesmo diante de todos os prognósticos negativos, e com a crise eminente tapando muitas das possibilidades de se enxergar fatos positivos e um futuro mais solido, a força do industrial e tudo que o setor produtivo de Nova Serrana vem construindo ao longo dos anos é o fator que trás esperança para a cidade.

Ronaldo Lacerda, olhando para o futuro, afirma esperar uma recuperação gradativa dos negócios da região. “Esperamos, até dezembro, faturar pelo menos 70% do que estávamos faturando em março”, finalizou.

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