“Está bem encaminhado”, disse um petista de Minas Gerais a O TEMPO. Outro, integrante da bancada federal do partido, afirmou que o martelo ainda não foi batido devido a algumas divergências que terão que ser solucionadas. A indicação de Lopes para o Ministério do Desenvolvimento Agrário foi publicada inicialmente pelo jornal O Globo.
A pasta será responsável pela gestão das Centrais de Abastecimento (Ceasa). Dessa forma, a expectativa inicial no PT é que, caso a nomeação de Reginaldo Lopes seja concretizada, a privatização da Ceasa Minas pode ser interrompida definitivamente.
O leilão, que estava marcado para o dia 22 de dezembro, foi suspenso pelo BNDES após pressão do PT de Minas Gerais, cujos deputados entraram na Justiça Federal pedindo que a licitação não ocorresse pois a estatal estaria subavaliada e a privatização, portanto, poderia representar dano ao patrimônio público.
O mesmo argumento foi utilizado por Reginaldo Lopes, mas em ação no Tribunal de Contas da União (TCU). “Entrei com pedido de Medida Cautelar no TCU para impedir que o governador Zema entregue a Ceasa Minas a preço de banana à iniciativa privada. A União afirmou que pretendia arrecadar R$ 1,5 bilhão com a venda, mas a Ceasa Minas foi anunciada por menos de 20% desse valor”, escreveu o deputado nas redes sociais no início de setembro.
Inicialmente, houve movimento para que Lopes assumisse o Ministério da Educação, mas ele foi preterido pelo ex-governador do Ceará e senador, Camilo Santana (PT). Também houve articulação para que ele assumisse o Ministério de Ciência e Tecnologia, mas a escolhida foi a presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PT).
Reginaldo Lopes abriu mão de se candidatar ao Senado por Minas Gerais para que Lula fechasse uma aliança com o PSD mineiro e tivesse Alexandre Kalil (PSD) como palanque no Estado. O candidato da chapa ao Senado foi o senador Alexandre Silveira (PSD). Derrotado, Silveira é dado como certo para assumir o Ministério de Minas e Energia.