Quem manda e quem obedece!

Em Nova Serrana temos um cenário político tão instável quanto nunca. Vivemos em uma cidade onde a imagem do legislativo foi e vem sendo manchada com polêmicas, processos judiciais, acusações de corrupção.

Mas como desgraça pouco é bobagem, e não há  nada ruim que não possa piorar, o quadro ficou um pouco mais sombrio após, o atual presidente da Câmara se mostrar uma pessoa que ou não tem conhecimento de leis, ou simplesmente as ignora por estar no poder.

Inicialmente até mesmo chegamos a taxar o vereador que anteriormente foi chamado de sorrateiro e oportunista (junto com alguns colegas da base), de ditador e autoritário. E novamente tínhamos tido essa impressão quando o chefe da casa legislativa, simplesmente cedeu dois veículos, sem sequer ouvir os demais edis, para o executivo municipal.

Ninguém tira o mérito de que os automóveis que estavam parados, porque falta administração competente no legislativo, serão de bom uso no executivo. A questão é como o processo foi realizado pelo presidente da Câmara.

Ao analisar os fatos e o áudio da entrevista feita por nosso jornalista Thiago Monteiro, junto ao presidente chegamos a uma conclusão. Ele não é autoritário, tão pouco ditador. Aparentemente ele está sendo mandado.

A impressão que temos é que o poder legislativo foi corrompido de uma forma que hoje simplesmente, o presidente e alguns outros cumprem ordens vindas de cima. E analisando os fatos, você leitor pode ter uma percepção semelhante. Vejam só:

Em 2017, quando a presidência foi ocupada pelo vereador Pr. Giovani Máximo, que pasmem, era do partido do prefeito, as coisas não aconteciam de forma tão descarada. Não se tinha projeto sendo empurrado garganta abaixo, não se tinha uma postura de repressão aos vereadores da oposição.

Quando um carro era doado o procedimento primeiro acontecia em um rito administrativo para depois se repassar o benefício, e por falar em benefício, temos que lembrar que as sobras da receita da casa foram transformadas em viaturas para a PMMG.

Claro que na ocasião o atual diretor da Câmara havia sido colocado como secretário do executivo, que no último ano, após ser apostilado, retorna para o legislativo, para sobre os “mandos de Ricardo” colocar a casa em ordem.

Se observarmos bem, o presidente tem sido praticamente uma marionete, não sabe pontuar sobre a aprovação dos projetos, não sabe pontuar sobre suas ações administrativas, não sabe sequer como funcionava a questão da doação dos veículos.

Uma desculpa bem mais ou menos foi colocada pela gestão, na verdade pelo homem de confiança do prefeito que voltou a ser diretor da Câmara, apontando que o carro doado para o executivo o que estava em melhor estado. O estranho é que de todos os carros que poderiam ser utilizados pelos vereadores foi escolhido justamente o da comissão que tem um político declaradamente opositor ao seu chefe, ou melhor, ao prefeito.

Ouve-se pelos corredores que o projeto da catira da rua tinha que ser aprovado; se ouve pelos corredores as ações são tomadas cuidadosamente para montar a base para reeleição do executivo; se ouve pelos bastidores que agora o que tantos estão fazendo é afagar os desejos da corte, para que no próximo ano, caso não sejam eleitos (o que é algo muito provável para muitos) possam desfrutar de cargos junto ao executivo.

Claro, esse não é o caso do presidente que é um empresário de sucesso, mas, é o que muitos que não tem onde tirar nem por, desejam para os próximos quatro anos. E seguindo nessa linha entendemos, que pelo visto o presidente tem sido massa da manobra de muita gente interessada no futuro da política e dos cargos públicos de Nova Serrana.

O que nos traz nesse momento o maior lamento nem é pelo fato de ter uma casa que segue orientações do executivo, afinal no fritar dos ovos, em setores básicos e necessários como educação, saúde e segurança, a gestão do chefe, tem sido melhor do que o esperado.

O grande problema é que com toda essa intervenção da realeza, o poder legislativo sendo corrompido o desfecho dessa história é a falência da democracia e o excesso de poder de quem por estar debaixo das asas do rei se sente dono da cidade.

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