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Economia

Quatro em cada dez mineiros tem dívidas em atraso

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Weslei retomou a tranquilidade financeira após renegociar dívidas com os credores — Foto: Videopress Produtora

Nova fase do programa Desenrola promete ajudar pessoas com renda de até dois salários mínimos a quitar débitos

A inadimplência – termo que se refere a dívidas que não foram pagas dentro do prazo – é um pesadelo financeiro que ronda quatro em cada dez mineiros, mostram dados da Serasa referentes a agosto de 2023. Segundo a entidade, 38,92% da população de Minas tem débitos atrasados, acima dos 38,75% registrados em agosto de 2022. Com informações de O Tempo.

Apesar da ligeira alta entre os dois anos, os indicadores começam a dar sinais de queda em 2023. Em agosto, houve redução do percentual de endividados em relação a julho (39,25%). “Isso se deve a alguns fatores. Um deles é o início do programa Desenrola, em julho, que incentivou que os brasileiros que têm renda de até R$ 20 mil e dívidas cadastradas até 31 de dezembro de 2022 quitassem seus débitos com bancos, líderes da inadimplência no Brasil”, afirma a especialista da Serasa Camila Cruz.

A iniciativa entrará na terceira fase na segunda (25), com o leilão de descontos. Das 920 empresas credoras cadastradas, 709 foram habilitadas e poderão informar, na plataforma do Desenrola, quanto estão dispostas a abater das dívidas. As propostas devem ser disponibilizadas aos consumidores na primeira semana de outubro, em data a ser anunciada ainda.

A nova etapa mira inadimplentes com renda mensal de até dois salários mínimos ou inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) – 32,5 milhões de pessoas. Serão negociadas dívidas de até R$ 5.000 feitas de 2019 a 2022, com bancos, varejo ou contas de água, luz e telefone. Vai ser dado desconto para pagamento à vista ou parcelamento em até 60 meses, com juros de até 1,99% ao mês.

Já beneficiado pela iniciativa, Weslei dos Anjos, de 36 anos, chegou a dever R$ 20 mil e diz que colocar as contas em dia foi como “tirar um peso das costas e da mente”. “Contatei as empresas e fiz acordo para pagar”, relata.

Empresário e morador de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de BH, ele já quitou 99% do débito. “Parece que ando até flutuando de alívio”, celebra.

Nas alturas

O economista Feliciano de Abreu avalia como muito alta a média de dívidas em Minas, de R$ 4.700 (em agosto): “A população tem aquela ideia de que vai dar um jeito de conseguir regularizar a dívida, mas o custo a se pagar é alto, e isso pode demorar”. A média nacional é de R$ 4.900 (em julho, o dado divulgado mais recentemente).

Interesse

Além do Desenrola, o maior interesse por educação financeira pode ter contribuído para a sutil queda da inadimplência em Minas, segundo Camila Cruz, especialista da Serasa. “Conseguimos correlacionar essa retração também com a busca do consumidor por educação financeira e gestão do orçamento familiar”, analisa.

Créditos: O Tempo

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