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Qual o tamanho da diferença entre o futebol europeu e o futebol sul-americano?

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Esta semana irei abordar um tema diferente do que costumo opinar: o futebol. Acompanhei de perto a Eurocopa e vi alguns jogos da Copa América e com a globalização dos dias atuais é possível acompanhar os principais campeonatos do mundo com extrema comodidade em casa.

Nunca escondi de ninguém que sou torcedor ferrenho da seleção brasileira. Sei que a nossa CBF esconde muitas coisas obscuras, tem ex-presidentes presos, recentemente, Rogério Caboclo – até então presidente da entidade – foi afastado após alguns escândalos. Apesar dos pesares e muitos se virarem contra a seleção por esses fatores, eu continuo firme torcendo pela “amarelinha”.

Historicamente, o futebol sul-americano sempre fez frente ao futebol europeu. Na primeira Copa do Mundo, em 1930, o Uruguai até então bicampeão olímpico levou o título; na sequência, em 1934, foi a vez dos Italianos levarem o caneco e, assim, foi no decorrer de edições de Campeonatos Mundiais com certo equilíbrio, mas tudo começou a mudar em 2006 com o tetra italiano consolidando o Continente europeu como detentor de 9 conquistas e o Continente Sul-americano também possuía 9 conquistas, sendo a última em 2002 com o Penta Campeonato da Seleção brasileira. De 2006 até 2018, com o título da França, apenas europeus levantaram a taça.

Vamos tomar por base os anos 80 e 90 e meados dos anos 2000 em que o Campeonato Brasileiro era um celeiro de craques. Todas as equipes tinham jogadores selecionáveis, além de que grandes craques sul-americanos desfilaram a classe mundo afora: Maradona, Kempes, Riquelme, Redondo e tantos argentinos; brasileiros como Zico, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho; os chilenos Zamorano e Salas; a Colômbia com uma geração que encantou o mundo em 94 com Asprilla e Rincón; a Bolívia que foi a Copa de 1994; uruguaios como Enzo Francescoli e Forlan e tantos outros craques que poderíamos ficar por horas citando.

Mas, vamos parar um pouco e analisar o que houve com nosso poderoso futebol sul-americano, uma fábrica genuína de grandes talentos que, de repente, parou de produzir supercraques em abundancia. Começamos a não figurar com frequência entre os finalistas de mundiais, desde 2006, apenas a Argentina chegou em 2014, e eu confesso que tenho ficado assustado.

No Brasil especificamente vejo que o país evoluiu e isso molda um pouco a formação de nossos talentos, antes eram corriqueiros campinhos de terra batida em todos os locais; hoje, é raro crianças parecem não ter o mesmo interesse por futebol como antes, pois jogos eletrônicos e globalização com demais esportes acabam tirando o futebol do cotidiano de novos talentos, frisando que isso é apenas uma visão minha sofre o fato.

Acompanhar a polêmica edição da Copa America de 2021 foi complicado, uma edição conturbada que nem iria acontecer foi sediada pelo Brasil de última hora, gramados horríveis, estádios sem torcida, e um nível técnico péssimo além de uma tremenda escassez de grandes astros. A final entre Brasil e Argentina, o maior clássico do continente, esteve longe da representatividade do jogo; por outro lado, a Europa altamente estruturada, estádios com público que demostram a vacinação bem-sucedida no continente, nível técnico espetacular, gramados impecáveis e grandes astros.

Sinto-me incomodado, pois gostaria que meu continente e meu país especificamente fossem mais bem representados, mas – infelizmente –  parece que a distância entre os continentes no futebol apenas aumenta. Não vejo uma seleção sul-americana capaz de surpreender e levar uma Copa do Mundo, e sinceridade acho que estamos começando a nivelar com algumas seleções da Concacaf ou até africanas, haja vista em torneios mundiais de clubes onde, inúmeras vezes, sulamericanos são eliminados por clubes destas regiões. Falando especificamente da seleção brasileira estamos pobres de um bom futebol, não temos 3,4,5,6 supercraques como no passado, vivemos de lampejos de Neymar, já vivemos períodos onde se podia montar três, quatro, cinco seleções de altíssimo nível. Hoje é difícil agregar 23 jogadores de qualidade. Os tempos mudam: podemos pegar o exemplo da Hungria de Ferenc Puskás, destaque nos anos de 40 e 50. Desde o fim da geração, o país nunca mais conseguiu revelar grandes jogadores, não sei se o mesmo irá acontecer com o Brasil, mas fato é que não revelamos um super craque desde de Neymar e isso já faz uma década.

Veremos o que irá ocorrer na Copa de 2022. Se a distância realmente entre europeu e sul-americano continua a aumentar ou se o nosso continente ainda tem forças, irei torcer para que o futebol sul-americano possa surpreender, em especial, a seleção brasileira para que consiga entrar na competição e quem sabe trazer o hexa, contrariando todas as previsões negativas.

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