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Eleições

PSD, DEM e PT irão governar maior número de habitantes em Minas Gerais

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Com os resultados do segundo turno nas cidades que foram às urnas neste domingo (29), começa a se desenhar com mais clareza o cenário para as Eleições 2022 em Minas Gerais.

O PSD é o partido que governará o maior número de habitantes no Estado, com boa diferença, seguido por DEM, PT, PP e PSDB, segundo análise realizada por O TEMPO com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pouco mais de 21% da população mineira será governada pelo PSD. Além dos triunfos em Belo Horizonte (Alexandre Kalil)Betim (Vittorio Medioli) e Santa Luzia (Del. Christiano Xavier), a sigla conquistou outras 75 prefeituras.

No total, 4,5 milhões de mineiros estarão sob a administração da legenda, desempenho que coloca o partido numa posição privilegiada projetando a disputa pelo Palácio Tiradentes daqui a dois anos.

As urnas deste ano também consolidaram a ascensão do Democratas em Minas. Terceira sigla com mais eleitos, ela ocupará o segundo lugar no ranking que leva em conta o tamanho das cidades. Foram 84 prefeituras conquistadas, com destaque para Ribeirão das Neves (Junynho Martins), e um total de 1,9 milhão de pessoas sob sua administração, ou 8,93% da população estadual. O partido estava na disputa pela Prefeitura de Contagem, terceiro maior município de Minas, mas foi derrotado pelo PT.

Nas cidades com votação neste domingo, quem se destacou foi justamente o Partido dos Trabalhadores. Após um desempenho ruim no primeiro turno, com apenas 26 eleitos e derrotas em todos os municípios de maior porte, a legenda levou a melhor em Contagem (Marília Campos) e Juiz de Fora (Margarida Salomão). Juntos, os dois colégios eleitorais somam 1,2 milhão de habitantes, impulsionando o arco de influência do PT para um total de 1,8 milhão de pessoas, ou 8,59% da população mineira.

Em seguida aparece o Progressistas, com vitória importante em Uberlândia (Odelmo Leão) e um total de 1,6 milhão de pessoas governadas, isto é, 7,86% do Estado. Logo depois vem o PSDB, com 7,57%, graças à reeleição de André Merlo em Governador Valadares neste domingo.

Partido com o maior número de prefeituras conquistadas em Minas (99), o MDB obteve o seu principal resultado em Barbacena, cidade de pouco mais de 138 mil habitantes. Com vitórias pulverizadas em municípios de pequeno e médio porte, a legenda ocupará apenas o sexto lugar na lista, com ao todo 1,4 milhão de habitantes governados (7%).

O Partido Novo, do governador Romeu Zema, termina 2020 sem o destaque o levou ao comando do Estado em 2018. O partido lançou candidaturas próprias em apenas três cidades – Belo Horizonte, Contagem e Araxá, que é terra natal de Zema –, mas não conseguiu vencer em nenhuma delas.

Por outro lado, Elisa Araújo (Solidariedade), nome apoiado por Zema para a Prefeitura de Uberaba, venceu o pleito na cidade. No início desta semana, ele chegou a ir à cidade e participou de uma agenda de campanha com a candidata.

 

 

Análises

Presidente do PSD em Minas, o senador Carlos Viana avalia positivamente o resultado e diz que a parcela da população mineira sob o comando da sigla pode aumentar. “Entendemos que o PSD teve um desempenho bom em Minas, dentro do que trabalhamos e da nossa expectativa. E podemos aumentar a parcela da população, porque temos em torno de 21 prefeitos que são parceiros eleitos por outros partidos e que podem se juntar a nós em 2021, o que levaria (o resultado) a 99 prefeitos”, projeta.

Ele destaca que a estratégia da sigla desde o início da campanha eleitoral foi apostar na experiência. “Percebemos que o eleitor ia, de fato, optar por aqueles (candidatos) que já tinham um trabalho demonstrado de competência, principalmente em crise. Foi o caso do prefeito Kalil em BH, que mostrou claramente disposição de enfrentar momentos difíceis e a experiência de conseguir comandar (a cidade) numa situação de calamidade como vivemos em todo o país”, analisa Viana.

Com o fortalecimento da sigla, o senador já adianta um provável nome próprio para o Palácio Tiradentes. Nos bastidores, o nome de Alexandre Kalil é naturalmente o mais lembrado, já que pesa a favor do prefeito a alta aprovação da gestão, que lhe garantiu uma reeleição no primeiro turno com 63,5% dos votos. “O PSD tem a proposta e o objetivo de ter candidaturas próprias em 2022, desde a Presidência da República até os governos estaduais. Em Minas, não será diferente. Teremos candidato próprio, que o partido decidirá qual é. É muito cedo ainda, mas caminharemos para que a legenda tenha esse nome”, completa Viana.

Presidente estadual do DEM, o senador Rodrigo Pacheco também comemora os resultados conquistados. “Esse desempenho coloca o Democratas entre os grandes partidos de Minas Gerais, ao mesmo tempo que nos dá a oportunidade de colocarmos em prática nossos projetos voltados à geração de emprego e renda, tão importantes na atual conjuntura”, comentou, em nota enviada à reportagem.

Segundo o parlamentar, que já se articula com vistas à eleição estadual de 2022, “essa representatividade faz com que a legenda participe ativamente das discussões sobre o futuro dos municípios mineiros e do Estado”.

Depois de lamentar os números no primeiro turno, o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT em Minas, celebra o desempenho final da legenda após as vitórias em Juiz de Fora e Contagem. “Podemos dizer que, das quatro cidades (segundo turno), o PT disputou e venceu em duas. Então, são 100% de aproveitamento. E estamos falando de duas cidades importantes, que são maiores até do que pequenas capitais brasileiras”, destaca.

O dirigente petista acredita que os triunfos deste domingo apontam para um recuperação da imagem do partido. “Mostra que estamos num processo de retomada do PT, superando as questões das fake news, do antipetismo midiático, superando tudo isso a partir do que a gente consegue conversar com as pessoas nas cidades”, diz.

Sobre a disputa pelo governo estadual em 2022, Silveira adianta que a ideia do PT é apresentar candidatura própria, mas encabeçar uma chapa “não é uma obsessão”. “Queremos fazer primeiro o debate político, de programa, de governo: quais os problemas de Minas, o que propomos… Se, no campo democrático popular ,tivermos uma candidatura mais competitiva que a do PT e tivermos condições de absorver essas propostas, o partido não tem dificuldade de abrir mão”, finaliza.

Fonte: Por CRISTIANO MARTINS E SÁVIO GABRIEL –  O Tempo

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