Inflação
Plano Collor: O controverso bloqueio de contas que marcou a história econômica do Brasil
Em 16 de março de 1990, um dia após assumir a presidência, Fernando Collor de Mello anunciou o ousado Plano Brasil Novo, popularmente conhecido como Plano Collor. Com o objetivo de estabilizar a economia e conter a inflação descontrolada, o programa implementou medidas polêmicas como a troca da moeda, congelamento de preços e salários, e o bloqueio de depósitos bancários.
A medida mais controversa foi o confisco de valores acima de 50 mil cruzados novos em contas correntes, poupanças e aplicações financeiras. Esses recursos ficaram retidos no Banco Central por 18 meses, com a promessa de devolução em 12 parcelas, corrigidas a 6% ao ano. O governo alegava que a ação seria necessária para reduzir a quantidade de dinheiro em circulação e combater uma inflação galopante de mais de 80% ao mês.
Contudo, o impacto foi devastador. Empresas tiveram dificuldades para operar, consumidores ficaram sem acesso ao próprio dinheiro, e o comércio entrou em colapso. A expectativa de estabilidade deu lugar à recessão, que afetou ainda mais a economia, com uma forte queda no PIB de 1990. Além disso, o descontentamento popular e as denúncias de corrupção culminaram no impeachment de Collor em 1992.
