Cidade
Possível reinfecção por coronavírus em Itaúna acende alerta sobre insegurança quanto à imunidade
O caso de um enfermeiro que teria contraído duas vezes a Covid-19 e morreu nessa segunda-feira, 06 de julho, em Itaúna, na região Centro-Oeste de Minas, acende o alerta sobre a insegurança quanto à imunidade de infectados pela doença. A possível primeira reinfecção por coronavírus será investigada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Itatiaiuçu, Libério Tadeu Fonseca Pereira, de 22 anos, apresentou sintomas e testou positivo para a doença em 17 de abril e 27 de junho. Na primeira vez, o jovem realizou isolamento domiciliar e apresentou melhora. Já na segunda vez, o enfermeiro precisou ser internado e, infelizmente, não resistiu.
Apesar de informar que, até o momento, não há registro oficial de reinfecção ou reativação do novo coronavírus no Estado, a SES-MG declarou que presta apoio técnico para análise de eventuais casos do tipo, por meio das regionais de saúde.
Diante da situação, o apoio foi solicitado pela secretária de Saúde de Itatiaiuçu, Carolina Lemos, à macrorregional em Divinópolis. “Estão fazendo estudo do caso. Estamos aguardando a evolução desses estudos”, disse. O caso é complexo já que a mãe da vítima, que também morreu da doença, era portadora de uma síndrome genética imunodepressora. Ainda não se sabe se o enfermeiro também era portador da doença e se isso ajudou a agravar o caso.
Reinfecção pode ocorrer?
O infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, informou ue não tem informações sobre o caso em Itaúna, mas explicou que, na maioria das vezes, a reinfecção é falsa, proveniente de alguma alteração na testagem ou algum outro problema.
“Não existe nenhuma prova de reinfecção de curto período. Existem alguns casos suspeitos no mundo, mas nenhum deles realmente provado”, informou. O assunto é estudado e alvo de debate no mundo todo.
Embora não exista confirmação de reinfecção a curto prazo, o especialista pede cautela. “Também não existe comprovação de que os anticorpos desenvolvidos [após uma exposição] garantem que a pessoa não terá outra infecção”, explicou o infectologista.
Por essa razão, a orientação técnica e científica é que, independentemente de ter tido a doença ou não, os cidadãos mantenham todas as precauções quanto ao contágio.
Conforme um estudo chinês preliminar, os níveis de anticorpos encontrados em pacientes recuperados da Covid-19 diminuem dois a três meses após a infecção. Segundo a pesquisa, em 70% dos pacientes avaliados houve registro de declínio acentuado nos anticorpos após 90 dias. A reportagem procurou a representante da OMS no Brasil sobre o assunto e aguarda um retorno.
Enfermeiro teve piora no quadro
Libério Tadeu Fonseca Pereira, de 22 anos, era morador de Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e trabalhava no Hospital Manoel Gonçalves, em Itaúna – unidade de referência para atendimento de casos de Covid-19 na macrorregião Centro-Oeste.
Conforme a Secretaria Municipal de Itatiaiuçu, o jovem apresentou sintomas gripais leves em 17 de abril, testou positivo via exame RT-PCR na cidade e ficou em isolamento domiciliar por 14 dias. Na ocasião, os demais moradores da residência foram examinados e deram negativo para a doença. Libério evoluiu bem ao processo e não houve complicações.
No entanto, no dia 27 de junho, o rapaz voltou a procurar a policlínica de Itatiaiuçu, dessa vez com sintomas mais severos e foi encaminhado para internação no Manoel Gonçalves. Nessa ocasião, a mãe, o pai e uma tia do rapaz também testaram positivo para a doença. No dia 4, a genitora faleceu.
“Ele procurou a unidade com sintomas compatíveis com a Covid-19, foi colhido o exame RT-PCR, que deu positivo”, informou Carolina Lemos, secretária municipal de saúde de Itatiaiuçu. O óbito ocorreu dias depois, por complicações da doença.
A reportagem entrou em contato com a direção do Hospital Manoel Gonçalves para obter informações sobre medidas de contenção da transmissão da doença no ambiente médico e aguarda retorno.
Mãe tinha doença imunodepressora
De acordo com a secretária de Saúde de Itatiaiuçu, Carolina Lemos, a mãe do jovem era portadora do gene GATA2, uma síndrome genética que debilita a imunidade do organismo.
A mulher, que faleceu no dia 4 de julho por Covid-19, fazia tratamento e iria passar por um transplante de medula no futuro. O caso está sendo investigado pela macrorregional Centro-Oeste, em Divinópolis.
Fonte: Por Anderson Rocha – Hoje em Dia
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