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Polo de calçados aposta agora no 2º semestre

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Exportações também caíram; nos primeiros quatro meses do ano houve redução de 6,4% nas vendas externas, diz Sindinova | crédito: Divulgação/Sindinova

Vendas caíram cerca de 10% em 2023

As vendas de calçados no polo de Nova Serrana reduziram em torno de 10% no primeiro semestre de 2023 se comparado com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova). A expectativa é que o faturamento do segundo semestre compense a carência do primeiro. Com informações de Diário do Comércio.

Para o vice-presidente do Sindinova, Pedro Gomes da Silva, a incerteza do mercado e a instabilidade econômica fizeram com que consumidores e produtores ficassem em compasso de espera. “Ninguém sabia o que iria acontecer. Foi o governo lançar os programas de auxílio e de recuperação de crédito que percebemos uma melhora no mercado”, avalia.

Ele alega que a economia estava estagnada. “Os empresários começaram a entender que pior não iria ficar. Então, começaram a se movimentar”, diz, já avaliando a pequena retomada percebida no mês de julho.

Expectativa é que o 2º semestre garanta o ano do setor

O segundo semestre é naturalmente melhor para o setor do que o primeiro em função das vendas de Natal. São nos primeiros meses desse período que as indústrias calçadistas contratam e aumentam o volume de produção, já pensando nas vendas de fim do ano.

Dessa forma, o vice-presidente do Sindinova informa que é nesse período que as lojas começam a fazer os pedidos e a indústria aumenta o ritmo. “E nestas últimas semanas, já registramos empresas contratando”, diz.

Gomes espera que o segundo semestre cresça de 25% a 30% em relação ao primeiro semestre do ano. E considera esse o maior desafio do setor. “A gente precisa conseguir uma produtividade maior para contrabalancearmos os resultados do primeiro semestre, que foram muito ruins”, diz.

Exportações também registraram queda

As vendas para fora do País também apresentaram redução no polo calçadista de Nova Serrana. Dados mais recentes do Sindinova mostram que nos primeiros quatro meses de 2023 houve uma redução de 6,4% das exportações com relação ao mesmo período do ano passado.

Enquanto em 2022 o polo faturou U$ 11,6 milhões de janeiro a abril, nos primeiros quatro meses deste ano, o registro do faturamento foi de U$ 10,8 milhões. Para Gomes, os motivos da redução seriam os mesmos da questão nacional: instabilidade e insegurança econômica.

Entretanto, se compararmos as exportações do período (janeiro a abril) dos últimos cinco anos (2019 a 2023), percebemos um ‘boom’ nas exportações. Em 2019, o polo exportou o equivalente a U$ 3,4 milhões, passando para U$ 4,3 milhões em 2020 e U$ 5,2 milhões em 2021. Já em 2022, o número saltou para U$ 11,6 milhões e, este ano, U$ 10,8 milhões.

De acordo com o vice-presidente, a alta e depois a queda em 2023 foi dada, sobretudo, em função da vizinha Argentina, a maior parceira comercial, destino de cerca de 90% das exportações do polo. De acordo com ele, em 2022, o país vizinho passou a restringir as importações como forma de coibir a saída de dólares do país.

A medida interferiu no setor e alguns pedidos tiveram, inclusive, que ser revisados. “Muitos pedidos ficaram restritos na Receita. Eles também estavam demorando 180 dias para faturar as notas. Isso deu uma desestabilizada nas empresas”, explicou.

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