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Economia

Polo calçadista de Nova Serrana dá salto no mercado internacional após crise doméstica em 2024

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Setor calçadista enfrenta desafios como falta de mão de obra e aumento dos insumos para voltar a crescer

A queda nos números do varejo no fim de 2024 tem afetado negativamente o início de ano do polo calçadista de Nova Serrana, na região Centro-Oeste de Minas. Ainda assim, a produção está dentro do esperado no primeiro bimestre de 2025. É o que informa o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Lacerda.

“Em termos de mercado, o desempenho do setor calçadista está dentro do esperado. No entanto, os números do varejo no final de 2024 foram um pouco abaixo do registrado no ano anterior, o que naturalmente resultou em um ritmo mais moderado nas vendas das indústrias neste início de ano”, destaca.

Apesar de um início de ano com uma demanda inferior à registrada no mesmo período do ano anterior, o setor está com boas expectativas para as exportações em 2025. De acordo com o Sindinova, a reestruturação do mercado argentino e a ampliação de oportunidades em outros países devem impulsionar as exportações.

“Os últimos dois anos foram desafiadores, especialmente devido à instabilidade política e fiscal da Argentina, que historicamente é o maior comprador de calçados do polo. No entanto, com a recente melhora no cenário econômico argentino, já há um movimento expressivo de retomada dos negócios”, afirma.

Setor calçadista sofre com falta de mão de obra 

Polo calçadista de Nova Serrana aposta nas exportações após queda nos números em 2024

Fábricas têm grande concorrência com calçados importados | Crédito: Divulgação/Sindinova

Um dos principais fatores que vêm impactando o setor calçadista de Nova Serrana é a escassez de mão de obra. Segundo o presidente do Sindinova, a dificuldade em encontrar profissionais qualificados tem afetado diretamente a capacidade produtiva das empresas, comprometendo prazos de entrega e limitando o crescimento do setor.

“A dificuldade em encontrar trabalhadores tem prejudicado a produção, levando a resultados abaixo das expectativas. Esse cenário também tem reflexos na economia, uma vez que a redução na oferta de produtos pode pressionar os preços e impactar a arrecadação tributária do governo”, avalia Lacerda.

Em Nova Serrana, cidade com cerca de 110 mil habitantes, estima-se que existam aproximadamente 5 mil vagas abertas nas indústrias calçadistas, segundo dados do Sindinova.

“Essa carência de trabalhadores afeta diretamente a produtividade das empresas, resultando em atrasos na entrega de pedidos, perda de market share e impacto na competitividade do polo”, diz.

Diante desse cenário, o Sindinova, em parceria com entidades do setor e o poder público, tem buscado soluções para atrair novos profissionais para a região. Entre as ações em andamento, destacam-se iniciativas voltadas à capacitação profissional, incentivos para a migração de trabalhadores de outras localidades e melhorias nas condições de trabalho e qualidade de vida, tornando o polo calçadista de Nova Serrana cada vez mais atrativo para novos talentos.

O setor calçadista de Nova Serrana também enfrenta dificuldades com a concorrência estrangeira. Segundo Lacerda, a implementação da tarifa sobre produtos importados de até US$ 50, medida do governo federal para tornar a concorrência mais justa no mercado interno, é um avanço.

“Antes dessa regulamentação, apenas os fabricantes nacionais arcavam com a carga tributária, o que gerava uma vantagem desproporcional para os produtos estrangeiros. Com a nova regra, o cenário tornou-se mais equilibrado, proporcionando melhores condições para a indústria calçadista brasileira competir”, observa.

No entanto, ele ressalta que a concorrência com importados ainda é um grande desafio para o segmento.

“Algumas empresas têm recorrido à chamada “triangulação”, ou seja, fazem a entrada de produtos asiáticos em países vizinhos, como o Uruguai, para que possam ser comercializados no Brasil sem a incidência da tarifa. Essa prática prejudica a indústria nacional e requer medidas mais rigorosas por parte das autoridades para evitar distorções no mercado”, completa Lacerda.

Além disso, o aumento nos custos de produção, impulsionado pela valorização de insumos essenciais, tem levado a um repasse maior de preços ao mercado. Esse movimento pode impactar o consumo e a competitividade das indústrias nacionais no médio prazo.

  • Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/polo-calcadista-de-nova-serrana-aposta-nas-exportacoes-apos-queda-nos-numeros-em-2025/
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