Defesa civil
Polícia Civil encaminha nota a imprensa com informações sobre identificação de corpos da tragédia de Brumadinho
Nota à Imprensa
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que imediatamente após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho, os procedimentos para identificação dos corpos foram iniciados.
No exato dia do rompimento, à tarde, todas as fichas datiloscópicas das possíveis vítimas foram solicitadas ao Instituto de Identificação da PCMG e inseridas em sistema informatizado (AFIS) cedido pela Polícia Federal. Dezenas de casos foram prontamente identificados, à medida que eram transportados para o Instituto Médico-Legal (IML) onde foi implantada força-tarefa com servidores da própria PCMG e de outros órgãos públicos, além de voluntários.
Até o presente momento, dos 270 desaparecidos constantes da lista da Defesa Civil, 246 (91%) foram identificados por papiloscopia (“impressões digitais”), e também por antropologia forense, odontologia legal e DNA.
Cento e noventa (190) segmentos sabidamente pertencentes a indivíduos já identificados pelos métodos acima, também foram identificados nomeadamente pelo DNA, sendo que 19 deles foram identificados nos últimos dez dias. Há, por exemplo, um caso de 9 segmentos pertencentes a um mesmo indivíduo.
Atualmente, existem sob custódia da PCMG 156 casos (segmentos corporais) em análise no laboratório de DNA.
Nestes 156, há 20 casos onde se fizeram múltiplas tentativas de extração de DNA sem sucesso devido ao avançado estágio de putrefação do material biológico. Aguarda-se a entrega do equipamento Illumina, em processo de aquisição pela Vale, para a derradeira tentativa de obtenção do perfil genético; há 25 casos com perfis genéticos já incluídos no banco de dados, aguardando análise de DNA de referência a partir de material extraído de cadáveres identificados por outros métodos; há 37 casos positivados para indivíduos já identificados, mas que estão em fase de repetição para confirmação, conforme manda o protocolo. Os demais 74 casos seguem em processo de extração de DNA. Enfatiza-se que grande parte desses casos refere-se a segmentos de pele, tufos de cabelo e até material não humano deteriorado, o que dificulta sobremaneira o processo.
O IML e o Laboratório de DNA, no Instituto de Criminalística, funcionam diariamente, inclusive sábados, domingos e feriados, e contam com reforço de pessoal. Em 01/5/2019, especificamente, não houve expediente no Laboratório de DNA devido a mudanças estruturais para recebimento de novos equipamentos.
Em 7/6/2019 foi instalado no Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística, um robô para manipulação de amostra de material biológico, estando a equipe em treinamento.
Semanalmente, a PCMG é representada por Delegado de Polícia e Médico-Legista nas reuniões ocorridas com familiares das vítimas em Brumadinho, atualizando as informações com transparência. Nessas reuniões, já se fizeram presentes também a chefe do Laboratório de DNA e o Superintendente de Polícia Técnico-Científica.
Foi inclusive oportunizada visita dos familiares das vítimas ao IC e ao IML para melhor compreensão do processo de trabalho.
Reitera-se o compromisso da PCMG em realizar à célere identificação dos corpos e segmentos sob sua guarda. Lembra-se que o procedimento, que já identificou mais de 90% das vítimas, é complexo, principalmente nessa fase devido à esperada deterioração do material biológico. Em 5/6/2019, por exemplo, um corpo deu entrada no IML às 19h, e às 23h estava devidamente identificado, reforçando o empenho diuturno da PCMG. Neste caso específico a identificação em tempo recorde só foi possível pela presença da arcada dentária e de exames de imagens prévios, viabilizando o trabalho da odontologia legal.