Minas
PM pula muro,salva mulher e criança mantidos em cárcere privado e mata suspeito
Um sargento da Polícia Militar (PM) conseguiu salvar, na noite de segunda-feira (29/11), uma mulher de 19 anos e o filho dela, de 1 ano, que eram mantidos em cárcere privado pelo ex-companheiro dela, em Caxambu, no Sul de Minas. O suspeito de 27 anos, que resistiu à abordagem da polícia e tentou tomar a arma do militar, acabou sendo baleado e morreu. As informações são do Jornal O Tempo.
A corporação foi até à casa do homem depois de receber informações sobre o cárcere privado. No local, o rapaz, acompanhado de seus pais, relatou aos policiais que a mulher o filho não estavam na casa.
Diante disso, os militares, então, foram até à residência da mãe da jovem procurar por ela. Foi então que, novamente, a PM recebeu informações de que o suspeito estaria agredindo a ex no meio da rua.
Ao retornarem ao imóvel, os policiais conseguiram ver a jovem no interior da residência, momento em que o suspeito afirmou que eles não poderiam entrar pois ele tinha “algo guardado” para eles.
Com o objetivo de evitar que algo acontecesse à mulher e ao filho deles, o sargento então resolveu pular o portão da casa e deu ordem de prisão ao homem.
Neste momento, o suspeito então entrou em luta corporal com o policial e, ainda de acordo com a PM, teria tentado tomar a arma do militar, que acabou conseguindo se desvencilhar e atirou.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e chegou a socorrer o suspeito com vida para o hospital da cidade, porém, pouco tempo após dar entrada na unidade, ele acabou morrendo.
Militar recebeu voz de prisão, mas já foi liberado
Após o homem ser baleado, o sargento que atirou acabou recebendo voz de prisão de flagrante o que, segundo o tenente-coronel Célio César dos Santos Aparecido, comandante do 57º Batalhão da PM, seria um procedimento padrão da corporação.
“É uma medida protocolar, mas, a feitura do auto de prisão não significa que ele será encarcerado. Isso ocorre pois, nesse documento padrão, se concluirmos que existem excludentes de ilicitude, como nesse caso, em que foi considerado legítima defesa tanto do militar como da mulher e da criança. Sabe-se lá o que este homem faria, o policial pode ter salvado a vida deles”, explicou o comandante.
Após os levantamentos iniciais, sendo verificado preliminarmente que ele agiu em legítima defesa, o sargento foi colocado em liberdade imediatamente e já retomou suas atividades legais.
“Ele está tendo acompanhamento psicológico e médico, mas, se verificarmos que ele está em condições de continuar no serviço, ele volta a trabalhar. Mas esse militar seguirá sendo acompanhado por uma Comissão de Letalidade, que vai verificar as condições dele e se ele está em condições de prestar este serviço à sociedade”, complementa o tenente-coronel.
O auto de prisão em flagrante é remetido à Justiça Militar e, posteriormente, ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que analisará e, em caso de alguma irregularidade, pode voltar a pedir a prisão do agente envolvido na ação. A PM também instaurou um Inquérito Policial Militar, que, dentro de 40 dias, irá aprofundar a investigação do ocorrido. Apenas a arma usada na abordagem segue recolhida até a liberação da mesma pela Justiça Militar.
O comandante da região destaca ainda que o suspeito já tinha diversas passagens pela polícia, tendo inclusive cumprido pena no presídio de São Lourenço. “Tinha passagens por tráfico, violência doméstica, roubo, furto. A própria criança já foi vítima dele, que não quis devolvê-lo para a mãe e apedrejou a viatura que foi acionada. Ele tinha um comportamento violento, e isso foi levado em consideração pelo sargento na hora de agir”, finalizou o tenente-coronel Célio.