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Plano de saúde – Hora de trabalhar – Fogo amigo – Edital – Hospital Público Municipal
PLANO DE SAÚDE – HORA DE TRABALHAR – FOGO AMIGO – EDITAL – HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL
A última terça-feira trouxe mais uma reunião ordinária da câmara municipal. A princípio uma pauta tranquila e uma sensação de que a reunião seria rápida e sem maiores debates, porém não foi o que efetivamente ocorreu. Usando da tribuna, o vereador Osmar Santos, aparentemente dotado de uma enorme contrariedade e um forte desejo de desabafar e demonstrar seu ponto de vista sobre os últimos fatos acontecidos na cidade, não poupou o executivo municipal e nem mesmo parte do próprio legislativo municipal, que em sua opinião, tem sido utilizado para denegrir sua própria imagem.
PLANO DE SAÚDE
Logo de inicio, afirmou Osmar que o executivo municipal tem tratado o servidor municipal com total descaso, especialmente quando se refere à troca do plano de saúde Unimed para o Saúde Vida, prometendo inclusive, tomar medidas judiciais. Na visão do vereador, é inconcebível que os servidores que há anos tem um dos planos de saúde de referência a nível nacional tenha sido trocado por plano com abrangência reduzida e de atendimento regionalizado.
TÁ NA HORA DE TRABALHAR
Ainda usando a tribuna, disse Osmar que havia prometido a si mesmo que não se pronunciaria mais sobre a administração pública, mas que não suportava assistir mentiras sendo pregadas pelo executivo municipal. Afirmou o vereador que o vídeo postado pelo chefe do executivo municipal em redes sociais informando que o município tem uma dívida de apenas 10 milhões de reais não é verdadeiro, afirmando que os valores já superam as cifras dos 40 milhões de reais, desafiando o mesmo para um debate sobre os números apresentados. Comparou a gestão atual as gestões dos dois últimos mandatários, nomeando diversas obras realizadas entre 2009 a 2012 (Paulo Cesar) e 2013 e 2016 (Joel Martins). Destacou que as arrecadações dos governos anteriores eram menores que a atual, mas que mesmo com uma arrecadação menor, se fazia mais obras e que atualmente não se vê obras, apenas mentiras e lamentações.
FOGO AMIGO
Prosseguindo com sua explanação, disse o vereador que o executivo tem usado de vereadores que defendem a atual administração para provocar e tumultuar os trabalhos do legislativo municipal. Entende Osmar que “um vereador da base, que defende o prefeito e que é mandado por este, tem interesse de não só tumultuar o ambiente como de levar seu prestigio para a lama”. Ao fim da sua fala em tribuna, deixou o orador a mensagem ao executivo municipal, para que parem de promover vídeos com números mentirosos, caso os mesmos continuem que voltará a usar a tribuna com intuito de desmascarar as mentiras propagadas, deixando ainda a seguinte frase “aceita por bem ou aceita por mal”.
CPI DA UPA
Já o vereador Willian Barcelos destacou que os trabalhos de investigação da CPI dos contratos de gestão da UPA seguem normalmente e que no momento estão acontecendo às oitivas. Afirmou o vereador que não desistirá de obter os documentos até aqui negados pelo executivo municipal, mesmo que tenha que ingressar com um mandado de busca e apreensão. Apontou ainda que a cessão da Arena do Calçado será alvo em breve de um estudo aprofundado, podendo inclusive se tornar em uma nova CPI.
QUANTO VALE UMA VIDA?
Há dias, ouvimos a frase dirigida pela atual secretária municipal de saúde ao vereador Willian Barcelos, “quanto vale uma vida?”, a citada frase, pelos apoiadores da atual gestão foi comemorada como um gol que deu a vitoria a uma equipe aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo em uma final de copa do mundo. Pois bem, discutir se o processo licitatório foi feito de forma correta ou não, neste momento já não é mais oportuno. Imaginamos que um trabalhador quando começa a formar seu patrimônio próprio, que precise ou deseja adquirir um veiculo, opte por um usado, que é mais barato, já que não dispõe de recursos suficientes para comprar um novo, mas que com o passar do tempo, mais qualificado e com melhor remuneração, seja possível então adquirir um veiculo novo, mais potente e confortável. É natural que um plano de saúde contratado preventivamente por um jovem em plena saúde possa ser um plano menor, mais acessível, de abrangência hospitalar reduzida, ou seja, “meia boca”. Já para um cidadão da melhor idade, dependente de atendimentos de diversas especialidades, com os melhores médicos em seu rol credenciamento, inclusive com abrangência maior, a contratação de um plano de saúde será vista criteriosamente, em todas as suas minúcias, provavelmente o menor preço não atenderá a este usuário que requer mais atenção. Mas, quanto vale mesmo uma vida?
EDITAL
É fato que quando um pai busca algo para sua família, tenta ir de encontro ao que há de melhor. Em se tratando do processo licitatório de contratação do plano de saúde para os servidores municipais, ficou claro que o critério buscado não foi o de ofertar o melhor serviço aos usuários. A proposta de chamamento foi configurada até encontrar a formatação ideal de um possível concorrente que seria interessante às pretensões do contratante, aceitando inclusive o credenciamento de uma clinica psiquiátrica. Segundo o que foi divulgado pela mídia, a Unimed ainda tentou de todas as maneiras se manter como prestadora dos serviços, porém aquilo que era expectativa se tornou realidade. As manifestações anteriores ao certame, à demonstração de insatisfação do servidor com a troca, a falácia do último pregão que teve de ser cancelado, a justificativa daqueles que já estão aguardando para cirurgia, ou tantos outros que estão se preparando não foram motivos suficientes para se demover um desejo possessivo de praticar um ato indesejado por tantos.
HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL
Voltando a tribuna legislativa e relembrando a fala de Osmar Santos, o mesmo afirmou que a atual gestão municipal, devolveu aos cofres da União, valores superiores a quatro milhões de reais, que eram destinados à construção do hospital publico no bairro Belvedere. Ainda segundo o vereador, a justificativa do executivo municipal seria de que não haveria condições financeiras para se manter a unidade em funcionamento. O citado hospital pelo vereador foi uma obra idealizada e iniciada pela gestão anterior, para ser construído por etapas, em uma ampla área, destinada para esta finalidade e que após a conclusão final das obras se tornaria em um hospital publico, com finalidade de atender famílias de baixa renda. Quando diz o vereador que mais de quatro milhões de reais foram devolvidos a União, não restou duvidas de que nem todas as obras iniciadas pela gestão anterior serão concluídas, especialmente uma obra que poderia trazer mais conforto as famílias mais carentes. Uma pena.
PARA REFLETIR
Para Maquiavel, o governante precisa preocupar-se em legitimar seu poder, ou seja, os governados (nobres e povo) devem entender que o governante é o melhor para o cargo, o soberano. Quanto mais legítimo for um líder mais obediência ele terá de seus liderados, pois sua autoridade será inquestionável. Todos querem um líder virtuoso, que seja forte, capaz de tomar decisões difíceis e de governar bem, mesmo em tempos de guerra. Um líder não legítimo é questionado, precisa o tempo todo convencer os outros de suas ideias, novas metodologias são difíceis de serem implantadas e muitas vezes é preciso recorrer à força para manter a ordem. Já um líder legítimo é aplaudido antes mesmo de se pronunciar, por mais duro que sejam seus direcionamentos, o povo o apoiará por acreditar , muitas vezes sem entender exatamente o porquê, entendendo que o seu líder tomará a melhor decisão possível, mesmo quando não há uma boa saída. Quando se é legítimo o fardo de governar fica muito mais leve. Ainda segundo Maquiavel, é importante que o líder busque legitimar o seu poder, pois sem legitimidade ele deverá recorrer muitas vezes à força, o que sempre terá um gasto maior de energia por parte do governante e dinheiro para os cofres públicos.