Eleições
Pesquisa DATATEMPO: Bolsonaro cresce mais entre católicos do que evangélicos
A melhora dos índices de intenção de voto do presidente Jair Bolsonaro (PL), com redução da vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais, se deu mais entre os católicos do que entre os evangélicos. É o que mostram os dados estratificados da pesquisa DATATEMPO realizada entre os dias 5 e 9 de setembro. Os dados indicam ainda que o atual presidente virou o jogo na faixa etária de 35 a 44 anos, reduziu a frente de Lula no eleitorado mais idoso e ampliou a vantagem entre os mais ricos, enquanto o petista perdeu fôlego entre as mulheres. As informações são do Jornal O Tempo.
No recorte por gênero, embora ainda haja vantagem considerável de Lula no eleitorado feminino, o petista caiu de 46,4% em agosto para 42,9% em setembro. Enquanto isso, Bolsonaro oscilou de 27,1% para 28,6% nesse grupo. Já entre os homens, onde persiste o empate técnico, agora é o chefe do Executivo quem está numericamente à frente. Enquanto o petista passou de 41,9% para 39,9%, o ex-capitão do Exército foi de 39,6% para 42,1%.
Idade
Na análise por idade, Lula manteve grande frente entre os mais jovens. No eleitorado de 16 a 24 anos, o petista ampliou a frente, passando de 48,1% para 49,7%, enquanto Bolsonaro apenas oscilou de 28% para 28,1%. O petista também está à frente numericamente na faixa de 25 a 34 anos, mas a situação agora é de empate técnico: 39% x 37,2%. Houve ainda virada de Bolsonaro no recorte de 35 a 44 anos. Se antes Lula vencia por 41,4% a 38,2%, agora o presidente tem 42,3% contra 36,7% do petista.
Ainda sobre os recortes etários, houve redução dos dois candidatos no eleitorado de 45 a 59 anos. Lula oscilou de 46,2% para 42,2%, enquanto Bolsonaro foi de 34,1% para 30,6%. Nesse caso, pesou o melhor desempenho de Simone Tebet (MDB), que registrou 6,2% nessa faixa etária, empatando tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), que tem 6,5% nesse grupo. Por fim, também houve redução da vantagem de Lula entre os mais velhos. No eleitorado com mais de 60 anos, o petista oscilou de 44,1% para 42,5%, enquanto Bolsonaro passou de 30,3% para 35,4%.
Renda
Nesse recorte, Lula manteve vantagem nas faixas de renda mais baixa, ainda que com estreitamento nas margens de erro, mas Bolsonaro ampliou sua vantagem entre os eleitores mais ricos. Na faixa que ganha mais de cinco salários mínimos, o atual presidente tem hoje 45,2%, contra 33% do petista. No levantamento anterior, havia um empate técnico (40,7% a 38,5% em favor do presidente).
Religião
A grande vantagem de Bolsonaro sobre Lula no eleitorado evangélico ainda persiste. Contudo, com a ofensiva que o ex-presidente tem feito nos últimos dias para tentar recuperar um pouco de espaço nesse público, ele até conseguiu estreitar um pouco a distância. Bolsonaro, porém, conseguiu melhorar entre os católicos, forçando uma redução geral da distância na pesquisa.
Hoje, são 43,5% os mineiros católicos que afirmam votar em Lula. Uma queda considerável em relação aos 50,5% registrados em agosto. Enquanto isso, Bolsonaro pulou de 27,3% para 32,5% entre os católicos. Já entre os praticantes da religião evangélica, o petista oscilou de 28,9% para 31%, enquanto Bolsonaro foi de 49,8% para 47,8%. O petista continua vencendo entre espíritas, praticantes de outras crenças e os que afirmam não ter religião.
Região
A análise de dados das regiões precisa ser feita sempre com cautela. Em razão da quantidade de recortes no Estado, há variações consideráveis e a margem de erro é substancialmente maior em regiões menores de Minas. Em grupos maiores, como a região metropolitana, a zona da Mata, o Sul/Sudoeste de Minas e o Triângulo, essa análise torna-se mais relevante. Na região metropolitana, por exemplo, que contempla 32% do eleitorado do Estado, Lula subiu de 42,5% para 44,2%. Enquanto isso, Bolsonaro regrediu de 34,8% para 30,8%. No Sul e Sudoeste do Estado, os dois subiram. Lula foi de 31,9% para 35,8%, enquanto Bolsonaro passou de 38,6% para 43,3%. No Triângulo e Alto Paranaíba, por sua vez, há hoje um empate numérico entre os dois, com 37,6% para cada um. No levantamento anterior, Lula vencia de 40,5% a 37,7%.
Dados de registro
A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Os dados foram coletados por meio de 1.500 entrevistas domiciliares, realizadas entre os dias 5 e 9 de setembro. A margem de erro do levantamento é de 2,53 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-04443/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) sob o protocolo MG-02856/2022.