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Parceria entre Fica Vivo! e Copasa profissionaliza jovens atendidos pelo programa
Oportunidade. Uma palavra simples, mas que significa muito para jovens que não têm acesso a tantas facilidades. É como conta Kevin Fernando Neves, de 20 anos. A primeira vez que a oportunidade alcançou seu caminho foi quando o programa Fica Vivo! começou a ser executado em seu bairro, Jardim Teresópolis, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá, Kevin pôde participar de várias oficinas de esportes. Algum tempo depois, mais uma chance de mudança de vida, também por meio do Fica Vivo!; dessa vez, com a possibilidade de frequentar o curso profissionalizante teórico-prático de Processos Administrativos, oferecido por uma instituição renomada como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
“Eu nunca conseguiria fazer um curso como esse se não fosse o Fica Vivo!. Na minha realidade, ou a gente trabalha ou a gente estuda”, afirma Kevin, contando que já se inscreveu em diversos cursos, mas nunca foi chamado. “Fora que não teria condições de pagar meu transporte e continuar frequentando as aulas. Eu preciso pegar quatro ônibus para chegar lá, não teria esse dinheiro. Mas neste curso que estou fazendo agora a oportunidade é muito melhor, pois ganho vale transporte, comida e meio salário-mínimo, com o qual ajudo a minha avó em casa”.
A iniciativa faz parte de um Termo de Cooperação Técnica, assinado, em conjunto em novembro do ano passado, pela Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade (Supec), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
A expectativa é a de que 160 jovens se capacitem no curso de Processos Administrativos, que está sendo realizado no Senai Cedetem (Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Madeira e do Mobiliário), em Contagem, também na Grande BH. O programa tem duração de dois anos, com 80 jovens inscritos a cada ano – a terceira turma teve início em abril. O objetivo é a inclusão profissional de adolescentes e jovens que vivem em comunidades com altos índices de vulnerabilidade social.
Para frequentar o curso, todos os inscritos recebem meio salário-mínimo, vale transporte e alimentação. Os jovens possuem um contrato assinado com a Copasa, onde estão empregados como Jovem Aprendiz. A companhia também é responsável por oferecer o curso em parceria com o Senai Cedetem. Os jovens são moradores de territórios atendidos pelo programa Fica Vivo! em Belo Horizonte e região metropolitana.
Incentivo
Analistas do Fica Vivo! mobilizam e encaminham o público para a capacitação. Kevin conta que foi por meio de uma oficina que soube do curso, quando a analista que atende sua região o apresentou à oportunidade e o incentivou a se matricular. “Sem o incentivo deles eu não conseguiria”, relata. Além de apresentar essa nova chance, as equipes do programa também ajudam os jovens com qualquer dificuldade que venham a enfrentar, para que eles não abandonem as aulas e concluam o curso.
Segundo a gerente do Programa de Controle de Homicídios Fica Vivo!, Ana Carolina Gonçalves Ferreira, a pandemia da covid-19 agravou várias vulnerabilidades sociais dos jovens atendidos e a demanda por emprego e renda cresceu. “Para nós, do FV, essa parceria é muito especial, por que é a única formalizada para encaminhamento dos jovens para cursos profissionalizantes de continuidade e sustentabilidade, com a oportunidade de inclusão no mercado de trabalho. Além de oferecer a eles uma ajuda financeira, é uma oportunidade de prevenir a criminalidade”.
Capacitação
O curso tem um ano de duração e os jovens foram divididos em quatro turmas de 40 alunos cada. As duas primeiras turmas começaram as aulas em dezembro de 2021, a terceira em abril e, a última, começará no final do ano. Segundo a pedagoga do Senai Cedetem, Kele da Conceição Coelho, a equipe se preparou para receber os novos alunos e a dedicação dos jovens tem surpreendido a todos os funcionários envolvidos.
“Costumo dizer que foi um desafio muito grande para a escola como um todo, tanto atender a demanda do Fica Vivo! como lidar com a expectativa dos alunos. Nunca tínhamos trabalhado com um projeto específico assim. Realizamos uma apresentação do programa antes para os nossos funcionários conhecerem a realidade desses jovens. E o retorno tem sido muito bom. A cada dia, nos surpreendemos. Estão todos bem adaptados ao Senai, focados na formação, com uma dedicação muito grande pelo curso e com um grande desejo de seguir estudando”, relata Kele.
Em dezembro, mais uma turma começará as aulas, completando 160 jovens capacitados. Qualquer participante do programa Fica Vivo! que atenda aos requisitos, como escolaridade e idade da lei de aprendizagem, pode participar. Ao final do termo de cooperação, serão avaliados a possibilidade de continuação da iniciativa e o início de mais grupos. A previsão é a de que em 2023 sejam executadas outras quatro turmas.
Foto: Sejusp / Divulgação