Cidadania
Para superar a dor
Grupo de amigos realizam primeiro encontro de pais e familiares de anjos, para juntos enfrentarem o luto da perda de filhos
Nas ultimas semanas pelo menos duas notícias relacionadas a morte de crianças foram amplamente noticiadas na mídia da região. O primeiro caso foi registrado em Juatuba, quando uma criança ficou desaparecida por aproximadamente 3 dias e foi encontrado morto afogado em uma lagoa perto de sua casa.
Já na ultima semana em Medeiros, uma menino de 04 anos desapareceu por dois dias e foi encontrado também afogado no ria Bambuí, a poucos quilômetros da fazendo onde morava a família.
Estas duas mortes aconteceram em cidades mineiras, mas a dor vivenciada pelos país é a mesma que também pode ser encontrada em Nova Serrana. Na capital do calçado também existem registros de país que sofrem com a perde de seus filhos, por doença, acidentes, fatalidades.
O fato é que independente da causa, a dor assola os familiares e uma série de transtornos são enfrentados pelos país, amigos e familiares que não sabem nem como superar essa dor, esse luto.
Diante dessa situação um grupo e pessoas que enfrentam ou já passaram pela dor de perder um filho, se uniram para criar um grupo de apoio em Nova Serrana. Intitulado como Grupo de Pais, Amigos e Familiares de Anjos, a ação tem como objetivo auxiliar os participantes a viverem e superarem cada fase do luto.
Idealizadora do projeto Roberta costa, conta que há dois anos perdeu sua filha Valentina, e por ter passado por isso entende a importância de criar esse grupo de apoio. “Há cerca de dois anos eu perdi a minha filha a Valentina, eu e muita gente sofremos muito com isso. É difícil vivenciar esse momento porque as pessoas não sabem como lidar com aqueles que vivenciam esse luto. Havia momentos em que tudo que eu queria era que alguém falasse da Valentina, ainda hoje as pessoas tem receio de falarem sobre ela comigo. Não existe mais Roberta sem a Valentina, e por entender que existe essa dor essa dificuldade, eu e uma amiga tivemos a ideia de criar esse grupo de apoio”, disse Roberta Costa.
Segundo Roberta “esse grupo será um lugar onde os participantes vão trocar ideias, vamos conversar, compartilha nossas experiências, nossa dor, e assim vamos nos ajudar a superar esse luto. Teremos um psicólogo que vai acompanhar o grupo, e ali vamos entender um pouco sobre essa dor. O luto tem várias etapas e todas elas devem ser vivenciadas, nosso intuito e estamos juntos para superar essa faze. Para alguns isso nunca acontece, o que se torna então prejudicial, e como amigos vamos juntos caminhar para que nossas experiências ajudem a amenizar a dor”, disse Roberta.
Ainda conforme repassado pela organizadora do encontro, “neste primeiro encontro vamos estar conversando, teremos um coff break, termos a participação do psicólogo, e tudo será gratuito para os participantes. O primeiro encontro acontecerá neste sábado, mas nosso objetivo é que mensalmente possamos realizar esses encontros e assim vamos nos dando suporte, entendendo muito bem o que o outro sente”. Explicou.
Roberta também explica que apesar de suas crenças, o encontro não tem cunho religioso. “Quando eu passei pela perda da Valentina eu tive o apoio de meus familiares e dos meu amigos da minha igreja. Mas esse encontro não tem nenhum relação com religião. Não temos bandeira religiosa e o intuito não é pregar nenhuma crença. Teremos apenas o psicólogo presente, então católicos, evangélicos, espíritas, ateus, pessoas com qualquer crença podem participar, porque independente da fé, a dor da perda dos filhos é semelhante e esse é o foco de nosso grupo estarmos juntos como amigos para superar a dor”. Finalizou Roberta Costa.
A “1ª Reunião de Apoio a Mães Pais e Familiares de Anjos”, acontece no próxima sábado, dia 14 de março, a partir das 16h, na rua Wenceslau Braz, nº 240, no bairro Bela Vista.
Os organizadores pedem ainda que os interessados em participar entrem em contato pelo telefone (37) 9 9119-3316, para confirma presença ou tirar quaisquer dúvidas referente ao grupo de apoio.
Ainda segundo os organizadores, o encontro será ainda aberto para amigos, uma vez que muitas pessoas tem receio de participar sem alguém de seu vinculo afetivo. Também foi considerado que fica a critério dos interessados a participação de familiares, ou seja não é necessário que o casal participe, o envolvimento com o grupo fica a critério de cada um dos interessados, de acordo com o entendimento da importância e momento pelo qual deve compartilhar sua dor, superar e ajudar outras pessoas a passarem por este momento.