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Para dias difíceis, bom senso e serenidade!

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Li em algum lugar e vale como receita: “Para dias tão difíceis, só há dois remédios. Bom senso e serenidade”. Não sei quem é o autor da frase, mas o que importa é que ela traz uma verdade que alguns se esquecem nesse momento.

O período é doloroso, dramático até. Cenas de filme de terror com corpos expostos pelos cantos. No Brasil e em outras partes do mundo o lado mais cruel da pandemia do Covid-19 chegou.

A morte por Covid-19 é penosa. Tira do indivíduo a capacidade de respirar. Lentamente o óbito chega por falta de ar; e o pior, é uma morte solitária. Longe de familiares. Um sofrimento que se passa só, dado o alto risco de contágio.

O Covid-19 rouba até a despedida. Não há velório. Só a pressa para enterrar os corpos por medidas sanitárias. Tudo para que menos gente sofra dessa doença que não é só doença. Ela é também um enunciado. Algo que nem as guerras mundiais ensinaram à humanidade.

Num quadro como esse – que em termos de Brasil entra nas semanas mais difíceis, visto que estamos próximos do pico – quem deveria liderar trata com relativo desdém algo que é tão sério.

É fato que muitos irão morrer, mas ter essa certeza não é motivo para minimizar a situação. Como se, dadas as circunstâncias e histórico do vírus, a morte é inevitável e, portanto, não há o que fazer. Quem tiver que morrer, vai morrer.

Falta, nesse caso, empatia. Compaixão, se colocar no lugar do outro e sentir a sua dor. Como se fôssemos um só organismo. Não há como ficar insensível às imagens e relatos que todos os dias inundam o noticiário e as redes sociais.

Se por um lado o Covid-19 expõe bons exemplos vindos da solidariedade e das redes de pessoas anônimas que se integram para amenizar a dor do outro, esta doença põe à luz velhas e conhecidas mazelas nossas.

Dentre elas as questões sanitárias, que são deficientes em várias cidades, comunidades, favelas, regiões ribeirinhas entre outros pontos. Bem como a fragilidade dos hospitais, muitos sem estrutura para o atendimento básico. Falta de tudo. De máscaras a respiradores.

Mas talvez a pior mazela seja o descaso do homem público. Aqueles que politizam a pandemia pensando em voto. Ou pior, aqueles que ignoram ou minimizam a doença porque têm preocupações particulares em outros assuntos e a morte de um Zé ou de uma Maria é só mais uma morte. Como se as pessoas não tivessem histórias… Vidas.

E daí?

Bom, e daí que estamos aprendendo com essa pandemia. Estamos – de certa forma – mais juntos, valorizando os bons gestos e, porque não, revendo certos valores.

Passada a tormenta é fato: nada será como antes.

RODRIGO DIAS é jornalista e web poeta, há mais de duas décadas trabalha no mercado de comunicação, formado em Publicidade e Propaganda, t tmbém atua como assessor de comunicação.

 

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