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Pai invade escola e agride segurança e funcionários; veja vídeo

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O surto de um pai de aluno que culminou em agressão a funcionários da Escola Classe 26 de Ceilândia pode levar o autor do delito a pena de até quatro anos de prisão. O episódio ocorreu na tarde de quarta-feira (15), quando o agressor foi chamado à unidade de ensino para buscar o filho que havia se ferido durante o recreio. As informações são do Correio Brasiliense/Estudante.

Segundo testemunhas, o homem estava bastante alterado e arrombou o portão, quebrando o cadeado. Em seguida, derrubou objetos da sala onde o menino o aguardava e agrediu um vigilante, que tentava acalmá-lo.

Nas redes sociais, o agressor alega que revidou agressões e que o filho se feriu em função da negligência dos funcionários. Vídeos do circuito interno da escola registraram todas as cenas, do momento em que a criança se feriu, até o rompante do pai. A escola atende estudantes do 1º período de educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental.

Além do filho de 4 anos, que se machucou ao bater com a testa na quina de um canteiro no pátio da escola, e o irmão dele, de 8 anos, e outros alunos presenciaram a cena, estarrecidos. Com medo, muitos deles se esconderam debaixo das carteiras.

Após a confusão, o pai foi embora deixando os filhos para trás e retornou com a esposa, permanecendo no veículo, enquanto a mulher, calmamente, pegou os filhos e os levou pra casa. A Polícia Militar foi acionada, mas chegou na escola cerca de 25 minutos depois, quando o agressor  já havia ido embora, escapado da prisão em flagrante.

Mesmo assim, o caso gerou boletim de ocorrência, registrado na 15ª DP, que pode culminar em investigação e oferecimento de denúncia ao Ministério Público. O agressor poderá responder na justiça por agressão física, dano ao patrimônio público e desacato a servidor público no exercício da função. Imagens do circuito interno da escola foram entregues à polícia para ajudar nas investigações.

O diretor da Escola Classe 26, Antônio Carlos Paz, informou que a criança se feriu durante o recreio, teve um corte superficial e foi prontamente atendida. Nesse ínterim, a escola acionou o Samu, o Corpo de Bombeiros e entrou em contato com o responsável pelo aluno, enquanto ele recebia ops primeiros atendimentos.

“Zelamos pelo bem-estar de todos os alunos. A comunidade sempre foi parceira da escola e sempre contou conosco até mesmo para solucionar conflitos familiares”, disse o pedagogo, que atua há 18 anos naquela unidade, 15 como diretor. “Durante todo esse tempo nunca nos deparamos com cenas tão violências, de tamanha magnitude. Toda escola está bastante abalada”, frisou, lembrando que a escola criou o projeto Conhecer-se, que lida com o gerenciamento das emoções, visando amenizar os efeitos do longo período de confinamento na pandemia.

Segundo ele, os funcionários temem agora por represália do agressor, mora próximo à escola. “O problema é mais amplo que segurança. Falta apoio dos órgãos governamentais. Da mesma forma que estamos com deficit de professores, a polícia também está com efetivo baixo. Mas esse pai cometeu delitos graves e deve pagar por isso”, disse. Quatro vigilantes trabalham no local, se revezando, por dupla, em turnos de 12 horas.

A diretora do Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF), Luciana Custódio, considera o episódio inaceitável. “Num momento em que enfrentamos a triste realidade de combater à situação de violência no interior das escolas percebemos essa atitude inaceitável de um pai, que também é parte da comunidade escolar e deve zelar pela escola”, disse ela, ponderando que, por mais cuidado que os educadores tenham com as crianças, acidentes acontecem. “Fazemos de tudo para que isso não ocorra, mas são situações que fogem ao controle dos profissionais”, pontua.

A dirigente sindical defende que o diálogo sempre foi o melhor caminho. “Reproduzir situação de violência só gera mais violência. Infelizmente, esse fato precisa ser debatido como uma das temáticas importantes. Essa responsabilidade precisa ser de toda a comunidade escolar, envolver profissionais, pais e mães, enfim, todos que circundam a escola”, alerta. Ainda segundo ela, o momento pede o retorno da campanha do Sinpro Quem bate na escola maltrata muita gente, lançada em 2014, que debateu junto à comunidade escolar e a sociedade civil do DF formas de pacificação do espaço escolar e da comunidade. A reportagem não conseguiu localizar o pai do aluno autor das agressões na escola.

Veja o vídeo:

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