Editorial - Opinião sem medo!

Os reflexos da política, das opiniões e das redes sociais

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Nas redes sociais todos somos “iguais”, todos têm o direito de manifestar as opiniões, embasar suas perspectivas, expor argumentos ou simplesmente vomitar asneiras.

Parece que as palavras ditas acima são fortes, mas é exatamente isso que notamos. Nessa manhã acordamos vendo criticas e brincadeiras de caráter dúbio sendo reproduzidas em redes sociais.

Duas perspectivas incomodaram diretamente a nossa redação, a primeira pela ignorante prática discriminatória, que criticava e maldizia sobre ações de um determinado grupo, pelo seu gênero social, e até mesmo por não serem do mesmo contexto social.

A segunda, e não menos infeliz que a primeira constatação, percebemos que no reino dos idiotas, todos são reis, e isso porque o respeito deixou de ser algo a ser levado em consideração.

O simples fato de ter um pensamento político diferente permite que os contrários, protegidos pela tela do computador, agridam e insultem o semelhante, usando desculpas e licenças poéticas de frases de efeito ditas no contexto político.

Claro que atrás do computador todos tem coragem, todos manifestam seus pensamentos, todos são donos das verdades. O difícil é retroceder ao fato de que, essas baboseiras são regurgitadas como os mais genuínos e refinados pensamentos para que todos sejam contaminados com tal intelecto.

As militâncias são sujas, usam de artifícios disfarçados de piadinhas para afetar a moral alheia, em um lugar onde as sanções e as regras são mais do que convenientes, são criadas e modificadas pelo interesses e vontades.

E por falar em vontades e interesses o retrocesso pode ser percebido não somente nas redes sociais, mas também na vida real, com projetos que tiram do cidadão o direito de expressar e apontar suas considerações.

Se na internet o computador permite com que todos falem o que quiserem, na Câmara de Nova Serrana, o projeto de resolução 09/2019 visa inibir que os populares manifestem suas intenções e pensamentos.

Isso mesmo caro leitor, querem censurar a tribuna livre! Formar uma comissão para que sejam avaliados conteúdos, permitir que orador use a palavra de seis em seis meses e a instituição de uma lista de documentos quase tão complexa como para financiar um imóvel ou conseguir visto para outro país.

Isso ocorre porque, após episódios presenciados na própria câmara, e com o receio de que verdades sejam ainda jogadas ao ventilador, a isenção do legislativo e normativa para que a mesmo seja burocratizada, trará o ganho de sensação de paz para vereadores, que pelo visto não querem ouvir em sua integra o que a população tema  dizer.

Talvez o medo seja de que, no período que está por vir, os militantes e intelectuais das redes sociais possam também usufruir da tribuna livre para destilar um pouco do seu veneno, ou quem sabe, isso é receio de criticas mais vorazes contra o andamento das coisas na política local.

O fato é que estamos vivendo tempos difíceis para se comunicar, para se falar e para se ouvir.

Estamos vivendo tempos onde, está cada vez mais difícil falar a verdade, ler verdades, e poder discordar de forma harmoniosa sem ser esculachado ou até mesmo reprimido por regras criadas pelas pessoas que deveriam incentivar a nossa voz.

Por fim seguimos aqui observando, os passos, fatos e andamentos do contexto político de nossa cidade. Se por acaso esse texto feriu o entendimento de alguém, desde já pedimos desculpas, mas não pelo que falamos e sim pelo que você entendeu.

Afinal, quem está por detrás de um jornal, tem a responsabilidade de falar com propriedade, a decência de ouvir com atenção, e função de reproduzir a verdade em suas perspectivas, sem que elas sejam parciais, ou melhor, partidárias.

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