Policial
Operação mira quadrilha que mantinha paraguaios em situação análoga à escravidão em fábricas clandestinas de cigarros
Polícia Federal e Receita Federal cumprem 59 mandados nesta terça-feira (14) em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas; trabalhadores paraguaios foram resgatados. Organização criminosa era chefiada por um empresário de Barueri (SP).
A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal, em parceria com o Ministério do Trabalho, deflagraram na manhã desta terça-feira (14) a operação “Illusio” para desarticular uma quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em situação de escravidão em fábricas clandestinas de cigarros. Com informações de g1 Centro Oeste de Minas.
Uma investigação da PF apontou que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri, pegava trabalhadores no Paraguai e os levava para fábricas clandestinas em Divinópolis, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.
Os paraguaios ficavam trancados, tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local onde estavam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados.
A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões, onde os produtos eram escondidos atrás de cargas de calçados produzidos em Nova Serrana.
A operação cumpre nesta terça-feira 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão em residências, galpões e empresas em:
- Manaus (AM)
- Capim Grosso (BA)
- Belo Horizonte (MG)
- Divinópolis (MG)
- Itaúna (MG)
- Nova Lima (MG)
- Nova Serrana (MG)
- Pará de Minas (MG)
- Pitangui (MG)
- São Gonçalo do Pará (MG)
- Barueri (SP)
- Carapicuíba (SP)
- Indaiatuba (SP)
- Osasco (SP)
- Santana de Parnaíba (SP)
- São Caetano do Sul (SP)
- São Paulo (SP)
- Taiúva (SP)
- Nova Ipixuna (PA)
Além de atuar na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, a quadrilha também é investigada por descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.
O nome da operação se refere a ilusão, uma vez que os cigarros falsificados eram vendidos ao consumidor final como se fossem cigarros contrabandeados, ou seja, produzidos no Paraguai.