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Editorial - Opinião sem medo!

O Popular: respeito com a notícia e compromisso com a verdade

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Existem momentos em que é extremamente gratificante ser jornalista, já em outros, gostaríamos sinceramente de ter outra profissão. Não por não sermos realizados, mas pelo fato de que o cumprimento do nosso papel de informar à população corretamente, dentro de um código de ética de padrões de moral e ordem, causa grande desconforto.

A questão é que temos que dar a notícia; temos que levar a público a informação correta, mas dentro de critérios defendidos e estabelecidos pela lei. E ainda há o peso de que a maior parte destas notícias, que geram todo esse cuidado e respaldo, sequer gostaríamos de noticiar ou que tais acontecimentos fossem reais.

Na edição desta semana trouxemos em nossa capa a matéria produzida por nosso jornalista Thiago Monteiro, sobre um suposto caso de abuso contra uma criança de apenas um ano e cinco meses em um CMEI aqui em Nova serrana. O fato em si já trás para todos, a repulsa, mas daí está a responsabilidade com o fato que nós tanto temos que prezar.

A questão ética está ligada em não poder condenar, ou gerar socialmente a revolta, já que ainda não foi julgado, tão pouco findado o inquérito, mas do mesmo modo, é necessário que seja tornado público, pois a pedido da própria família da criança, o caso deve ser tratado como exemplo, para que, se comprovado, não ocorra novamente com nenhuma criança.

Ao recebermos a denúncia, com toda responsabilidade possível para um momento delicado como esse, em conversa pessoal com a família, dentro de um dos hospitais a qual o pequeno foi tratado, mostramos todos os impactos, consequências e responsabilidades que tratar um fato como esse acarretaria.

Mostramos que não poderíamos expor as partes, que publicamente sequer podemos citar a unidade em que ocorreu o fato, e principalmente, mostramos que de certa forma a família seria exposta de uma forma que não teria mais volta.

Nós resguardamos os nomes, mas sim divulgamos os fatos conforme narrados e repassados os documentos; com o material em mãos buscamos respostas com a secretária Municipal de Educação, que talvez não percebeu a gravidade da denúncia feita.

Posteriormente, expusemos todos os detalhes ao secretário Municipal de Comunicação, que entendendo o nosso papel, assim como pensando no sofrimento da família levou o caso ao conhecimento do chefe do executivo que também, sensibilizado, emitiu a nota a nossa equipe.

Sabemos o nome dos profissionais acusados, sabemos o endereço e qual unidade ocorreu o fato, sabemos o nome e temos o histórico da criança, como também temos contato direto com a família, o que nenhum outro veículo de comunicação da cidade tinha até que publicamos a matéria exclusiva.

Mas por responsabilidade com a informação e com as partes, assim como com o cumprimento da lei, já que as investigações assim como informado pela Polícia Civil irão ocorrer em segredo de justiça, resguardamos tais informações não por sermos omissos, mas sim por termos responsabilidade.

Ao contrário do que vimos acontecendo, não copiamos tais informações sem creditar, não inventamos estar em contato com familiares; não somos levianos ao ponto de não estabelecer uma linha direta e formal de comunicação com executivo e a família da criança que pode ter sido abusada.

Nós inclusive a pedido da própria família repassamos contatos do Ministério Público, mostramos o caminho legal a ser tomado, orientamos os familiares quanto à busca por um advogado, e ratificamos se o caminho da exposição era o que realmente eles queriam tomar, já que o caso pode gerar danos irreparáveis em diversas esferas e em todos os envolvidos.

Ainda a pedido da própria família, após publicarmos a notícia, todos os profissionais de comunicação que nos procuraram receberam o telefone de contato do tio da criança, para que cada veículo com profissionalismo tivesse a oportunidade de reportar os fatos com sua narrativa, dentro de seu código e filosofia de trabalho, assim como dentro da perspectiva entendida diante da narrativa dos familiares da vítima.

Temos parceiros, no meio da comunicação, temos nossa história profissional, e conduzimos situações como esta com todo zelo e cuidado necessário. E apesar de não termos nenhuma felicidade em narrar um fato como esse, o que inclusive foi claramente exposto aos familiares, aqui, com uma matéria dessa pujança, ratificamos nosso compromisso com a verdade e a informação, sem deixar de noticiar o que é necessário, dando as informações que são possíveis, cumprindo nosso papel como o veículo de comunicação mais “crível de Nova Serrana”.

 

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