Editorial - Opinião sem medo!
O desgoverno das Gerais
Minas Gerais é um Estado que por muito tempo foi exemplo de um governo salutar e de uma política de elevado nível de proposições e gestão. Somos conhecidos por bem mais que nosso pão de queijo e do café de nossos montes. A qualidade de vida aqui é algo que muito tempo se enalteceu, mas hoje, em tempos de pandemia, a realidade tem se mostrado bem diferente.
Desde a famigerada passada de Pimentel à frente do Governo do Estado, seguimos em um descenso, em um posso sem fundo. Não sendo político, a crise vinha de muito antes, mas a bomba começou a estourar nas mãos do gestor do PT, que não fez nem para a canja nas terras mineiras.
Zema assumiu a bronca achando que estava administrando um de seus postos de gasolina; no primeiro ano, até conseguiu literalmente no braço segurar a condução dessa carreta de minério chamada Minas Gerais, mas a partir de 2020, literalmente, desgovernado o Estado tem vindo abaixo.
Mandos e desmandos, brigas políticas, e um descontrole que tem refletido diretamente na postura e insegurança vivenciada por nosso Povo. Não estamos aqui para achar culpados, mas de fato o que temos é um desgovernado estado que não para de descer morro abaixo.
Durante um ano se apanhou com uma pandemia, que agora, quando já deveríamos estar normatizando as coisas, vivenciamos uma crise que poderia ser amenizada para não dizer evitada.
Percebam, como se consegue gerir leitos, ampliar a rede de saúde, como se consegue ofertar um serviço de qualidade, se nem mesmo dentro do próprio governo é possível confiar na integridade de uma gestão que combate os fura filas, mas são os primeiros, sem motivo sequer, a tomar a vacina.
Se existe essa corrupção dentro do próprio governo do Estado, imagine o que não está acontecendo nos municípios, onde o interesse e o coronelismo dos gestores é muito mais evidente e latente.
Não se consegue fiscalizar recursos, não se consegue fiscalizar aplicação de vacinas, não se consegue fiscalizar a ocupação adequada dos leitos, e isso porque do micro ao macro, não temos administradores, temos políticos, em ampla escala corruptos e sem medo de errar, em sua absoluta maioria despreparados.
Vamos pegar em escala micro nossa cidade, que nem de longe é das piores de Minas. Somos a cidade que mais cresce em Minas, mas que sequer tem um legislativo competente para não dizer outra coisa.
A presidente do SISNOVA, em desabafo em forma de nota, após ser questionada sobre a revisão do reajuste (aqui nas terras do calçado, os nobres conseguem fazer com que a redução salarial seja constitucional), soltou o verbo e afirmou, “estamos pagando caro por um legislativo que não lê”, e a citação é verdadeira, na nossa política, se tratando de legislativo e executivo temos despreparados e descapacitados “profissionais”, que mal leem, mal falam e mal veem, pelo menos o que não lhes interessa.
Sabemos que a maior parte do legislativo municipal não sabe sequer como parou ali. Da base o despreparo é tão grande de Ricardo Tobias, se tornou um dos menos ruins.
E o que tudo isso tem a ver com o momento vivenciado em Minas, parte do despreparo do município, e reverbera em uma onda de políticos ruins em todo o Estado, a desqualificação de quem deveria ser o ente fiscalizador, de quem deveria presar pela qualificação, por quem deveria presar pelos direitos da população.
No fim o desgoverno vai da compra do carro de luxo em plena pandemia, ao fato de que um ano depois de iniciada a maldita pandemia, sequer temos uma rede pública coerente em tratamento e infraestrutura para atender a população.
O mineiro que foi conhecido por dar ao país alguns dos maiores políticos da nossa história, agora tem que lidar com um estado desgovernado em todas as esferas, e se o problema da saúde pública passa pela responsabilidade daqueles que não se preservam, temos que concordar que por aqui estamos ficando roxos de saber, estamos na verdade pagando por não usar as mascaras quando vamos as ruas, e por não tirarmos as mascaras dos políticos, quando vamos as unas.
- Esta é a opinião do jornal O Popular