Agricultura
O camarão que irá beneficiar o mercado calçadista
Calçadistas comemoram decisão que pode destravar exportações para o Equador
A indústria calçadista está aplaudindo de pé a liberação dada pelo Supremo Tribunal Federal quanto importação de camarão do equador.
Parece estranha essa afirmativa, mas de fato os industriais devem comemorar, afinal a medida terá um impacto direto quanto ao desempenho da indústria calçadista brasileira, isso porque a liberação dada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, pode ter como consequência o fim a uma barreira imposta a calçadistas brasileiros desde julho de 2017 e que causou prejuízos estimados em mais de US$ 20 milhões
De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, a medida deve ser comemorada e saliente que o fato contou com atenção especial da entidade ao longo do último ano.
O presidente da Abicalçados explica que o calçado brasileiro sofria uma espécie de reação devido a divergências comerciais entre os países. “Como forma de retaliação à barreira de importação de camarões, o governo equatoriano vinha exigindo uma extensa lista de informações para verificação de origem do calçado brasileiro e uma taxa de garantia de 10% do valor do produto mais US$ 6 por par, o que, em muitos casos, acabava inviabilizando o processo”, explica Klein.
Klein ainda indicou que a limitação quanto a importação do camarão equatoriano, tinha como alegação para a barreira imposta a afirmativa de que este produto representava risco de contaminação, o que já havia sido negado pelo próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “A questão ficou parada na Secretaria de Pesca e só retornou à pauta com a pressão dos calçadistas e com o apoio do senador Lasier Martins”, conta o executivo.
O presidente da Abicalçados afirmou ainda que no ano de 2018, mesmo com os problemas das barreiras, os equatorianos importaram cerca de US$ 34 milhões em calçados brasileiros, 31% mais do que em 2017. “É um mercado muito forte e que com a resolução do entrave deve crescer ainda mais em 2019”, conclui Klein.