Atualidade
Número de casos positivos de HIV e AIDS crescem quase 300% em três anos em Nova Serrana
Os dados obtidos no município são tão sérios quanto os vivenciados em âmbito nacional
A AIDS tem sido um problema de saúde pública que tem preocupado os órgãos de saúde em todo o Brasil, com dados alarmantes a doença tem sido considerada uma epidemia em meio aos jovens e um crescimento expressivo superior a 20% em todo o pais entre os anos de 2010 e 2018, alertam para os riscos de contaminação com a doença.
Os dados obtidos no município de Nova Serrana são tão sérios quanto os vivenciados em âmbito nacional. Segundo os dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde, entre os anos de 2016 e 2018 o número de casos notificados de Aids e HIV em Nova Serrana tiveram um aumento de 290%.
Conforme informado, em 2016 foram registrados no município 24 casos, da doença. Em 2017, foram 38 casos, e em 2018, o aumento foi registrado 70 casos pela Secretaria Municipal de Saúde, totalizando 138 casos em apenas três anos.
Os dados apontam que no município cerca de 3,6 pessoas foram infectadas por mês nos últimos três anos, ou seja, aproximadamente uma pessoa por semana é diagnosticada positivamente para AIDS ou HIV em Nova Serrana.
Homens são mais descuidados
Os dados alertam ainda que no município o número de pacientes diagnosticados com HIV ou AIDS é muito maior entre os homens.
Até entre 2016 e 2018, foi registrado 101 casos notificados de soro positivo entre homens. Já entre as mulheres foram 31 casos diagnosticados, ou seja, os dados apontam um índice 325% maior de contaminação no sexo masculino.
Prevenção
Com os dados em mão nossa reportagem entrou em contato com a secretária Municipal de Saúde, que para nossa reportagem afirmou que “em Nova Serrana todo um trabalho de prevenção e conscientização é feito pela secretaria municipal de saúde. Promovemos distribuição de preservativos, trazemos informações e palestras sobre os riscos da doença, e realizamos testes para DST’s, para que seja evitada a contaminação ou em caso confirmado, seja iniciado o quanto antes o tratamento da doença”. Disse Glaucia.
A secretária, no entanto considera que nos últimos anos, tem sido notado que com os avanços nos tratamentos, as pessoas tem se tornado menos cautelosas quanto aos riscos de contaminação com o HIV e a AIDS. “Existem avanços relevantes quanto ao tratamento de AIDS e HIV, e talvez devido a isso as pessoas estão menos cautelosas. Antigamente a AIDS representava para muitos um atestado de óbito, atualmente com os tratamentos, o tempo de vida é prolongado e com qualidade, mas isso não quer dizer que a doença não seja grave, ela não tem cura, e para toda a população temos que reforçar, o melhor remédio é a prevenção e isso aqui se aplica de forma bem incisiva”. Considerou a secretária.
Por fim Glaucia ressaltou que “mesmo com os avanços e acesso a informação é importante ressaltar que a Aids é uma doença grave, que enfraquece o sistema imunológico e deixa a pessoa infectada vulnerável a outras doenças que podem causar a morte, preservativos e informações que possam auxiliar na prevenção são repassados em todas as unidades de saúde da família no município, e toda a população tem acesso fácil e gratuito a esse material”. Finalizou a secretária.
Situação presenciada no Brasil
O Brasil teve um aumento de 21% no número de novas infecções por HIV entre 2010 e 2018, de acordo com dados divulgados pelo Programa Conjunto da ONU para HIV/Aids, o Unaids. O número coloca o país como um dos da América Latina com maior aumento de casos – foram cerca de 100 mil em toda a região ao longo de 2018.
A média de crescimento de novos casos de HIV na América Latina foi de 7%, segundo a ONU. O país com maior aumento foi o Chile (34% no período), seguido de Bolívia (22%), Brasil e Costa Rica (ambos com 21%).
A situação presenciada no Brasil, quando olhada no cenário continental é ainda mais grave. Em toda a américa latina somo o país que mais concentra casos de novas infecções por HIV.
Ao todo 49% das pessoas contaminadas no continente no ano de 2016, eram brasileiras, segundo estimativas mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Ainda segundo informado pela UNAIDS, das 4.500 novas infecções pelo vírus HIV em adultos em 2016, 35% ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos.
Epidemia
A situação presenciada no país tem chamado a atenção do Ministério da Saúde, que já considera que há uma “epidemia entre os jovens”, de 2006 a 2015, a taxa de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino, com 15 a 19 anos, quase que triplicou, de 2,4 para 6,9 casos por 100 mil habitantes.
Já entre aqueles na faixa dos 20 aos 24 anos, o índice mais do que dobrou: de 15,9 para 33,1 casos por 100 mil habitantes.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, houve um aumento de 112% no número de casos de infecção por HIV nos últimos 20 anos. Foram 1.570 registrados em 1999 (ano todo), contra 3.344 de janeiro a 1 de novembro deste ano – uma média de 11 registros por dia.