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Nova Serrana encerra o mês de maio saldo negativo de 1660 demissões aponta Caged

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Dados do Ministério do Trabalho colocam capital do calçado como a cidade que mais demitiu entre os quatro maiores municípios da região no mês de maio

Pelo terceiro mês consecutivo Nova Serrana registrou um número maior de demissões, quando comparado as contratações. Os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) apontam que o município contabilizou um saldo negativo de 1660 postos de trabalho durante o mês de maio.

Segundo o relatório divulgado no portal do Ministério do Trabalho, a cidade contabilizou no mês de maio, 251 contratações formais e 1911 demissões, tornando assim pelo terceiro mês seguida a cidade que mais demitiu entre os maiores municípios da região.

Um fator relativo no entanto, é que no mês de maio o número de demissões teve uma significativa redução quando comparado aos meses de abril e maio.

No mês de abril, a cidade registrou apenas 178 contratações formais e 3800 demissões. Já no mês de março foram 1401 contratações e 3074 demissões.

Ao todo o município acumula em 2020 um saldo negativo de 5091 demissões entre os meses de janeiro e maio. Os números colocam a capital do calçado como a líder em demissões durante o período da pandemia, no Centro-Oeste Mineiro.

Cidades da Região acumulado 2020

Divinópolis a maior cidade da região é a segunda em demissões em 2020, até o mês de junho a princesa do Oeste gerou 8.465 postos de trabalho, e contabilizou 10.541 demissões, fechando o mês de maio com saldo negativo de -2.076 postos de trabalho.

Em terceiro a cidade de Itaúna gerou nos cinco primeiros meses deste ano 3.575 contratações, 4.299 demissões, tendo o saldo negativo de -724 postos no acumulado de 2020.

Já Pará de Minas registrou entre janeiro e maio, 3733 contratações, mas amargou no mesmo período 4354 emissões, o que deu ao município o saldo negativo de -621 postos de trabalho.

Por fim Nova Serrana a líder em demissões contratou nos cinco primeiros meses de 220 apenas 5975 novos profissionais, demitiu 11048 e encerrou os primeiros cinco meses deste ano com -5091 postos de trabalho, sendo a líder em demissões na região.

Perspectiva e características

Na última quinta-feira, dia 25 de junho, em entrevista ao programa cidadania em foco, o presidente do Sindicato da Indústria Calçadista de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Lacerda, apontou que a movimentação da indústria e retomada da economia tem gerado uma melhor perspectiva quanto aos próximos meses.

“O que a gente pode ver é que no finalzinho de março, abril e maio, houveram muitas demissões realmente, mas podemos perceber que já começou haver uma retomada, muitas fábricas que demitiram muito já começaram a recontratar, e acredito que o numero do Caged de junho já vai ser positivo”. Disse o Ronaldo Lacerda.

Ainda quanto à indústria e a retomada econômica o presidente do Sindinova ponderou que “agora temos que segurar um pouco a ansiedade porque estamos vivenciando um momento de instabilidade. Algumas semanas as coisas serão positivas, já em outras vamos retroceder um pouco, vamos ficar nessa indecisão, mas percebemos que algumas cidades vão fechar por duas semanas, mas vão abrir de novo, as coisas caminham para a reabertura”. Ponderou.

O presidente ainda explicou os números tão negativos da cidade, baseando nas características da indústria calçadista.

“quando percebemos que ouve uma redução grande de empregos, ficamos ate um pouco triste, mas gostaria que as pessoas entendessem que as indústrias de maneira geral, para cada R$ 10 que a empresa fatura ela gasta aproximadamente R$ 1,50 com mão de obra, ou seja 15%, já a indústria calçadista gasta o dobro da media no geral, R$ 3,00 com mão de obra a cada R$ 10 faturado, ela gasta cerca de 30% com mão de obra. Então quando se pega uma fabrica que faz peças pra Fiat, ela tem 08% de mão de obra, é automatizada, já a indústria de calçados é manufatura, emprega muito”.

Foi também apontado que economicamente Nova Serrana vem se desenvolvendo para outros segmentos produtivos de comércio e prestação de serviço e isso ocorre justamente pela condição de contratação e consumo da população no município, o que ajuda a retomada em meio a crise.

“Estamos no meio do furação a coisa está acontecendo, mas o que podemos perceber é que Nova Serrana como é uma cidade com uma vocação industrial muito grande temos grande parte da economia movimentada pela indústria de calçado, nos últimos anos percebemos o quanto o comércio na cidade vem se diversificando, mas isso é fruto da indústria local de calçados, que emprega muito”.

Ronaldo ainda apontou as dificuldades vivenciadas pelos empresários em meio a crise.

“Quando passa na cabeça do empresário que vai ficar dois, três ou não sabe quantos meses vai ficar sem faturamento, então ele olha para o empregado e pensa que não pode deixar essas pessoas sem o pão de cada dia. Então realmente ele precisa de assumir o risco do que ele consegue dar o sustento, os que não consegue tem os recursos do governo, então aos pouquinhos a medida que o mercado vai ser movimentando ele vai se recuperando”. apontou

Prefeitura se posiciona

Os números negativos foram justificados pelo Secretário Municipal de Industria e Comércio, Marco Aurélio Lacerda, pelo fato da pandemia ter atingido a indústria calçadista em pleno momento de expansão e retomada de produtividade. “Temos enfrentado momentos críticos desde meados do mês de março quando a pandemia atingiu em cheio a economia brasileira acarretando uma grande recessão e demissões em massa principalmente no setor calçadista o qual teve uma queda de faturamento abrupta de 80%, sendo um dos setores mais afetados em razão do Covid-19. Diante desse fatídico cenário muitas empresas que até fevereiro estavam em plena expansão e contratações acima das médias em comparativos com períodos, viu-se na necessidade de recuar”.

Marco Aurélio considerou no entanto que a expectativa do município é que a retomada ocorra em velocidade semelhante a da expansão da depressão que atingiu o setor industrial e econômico. “A nossa maior expectativa é que a retomada seja tão rápida quanto foi a depressão. Nova Serrana tem um destaque muito grande que é sua capacidade de retomada diante de cenários extremos e já estamos começando a observar essa nova ascensão econômica com o nosso parque industrial já alcançando 60% da sua capacidade produtiva”. afirmou o secretário.

A retomada segundo o secretário, não dependerá no entanto simplesmente com o desejo da retomada produtiva, sendo necessário que seja observado a movimentação e estabilização das condições de saúde pública para que a economia de forma geral seja reerguida. “O que devemos observar com muita cautela são os dados da saúde para que não tenhamos o efeito ioiô que acontece em outros lugares pelo mundo que logo após a flexibilização está novamente recuando nos afrouxamentos sociais”.

Por fim Marco Aurélio reforçou que a gestão está atenta aos fatos relacionados a retomada econômica. “Estamos acompanhando bem de perto todos os números, assistindo dentro das possibilidades do município aqueles que são mais necessitados e com várias frentes diferentes buscando a retomada da geração de empregos que carregamos com muito orgulho por ser uma das cidades que mais gerou postos de trabalho nos últimos dez anos”. Finalizou.

 

Foto: #Vempraminas – Divulgação / Matheus Fonseca

 

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