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Nem Mito, nem Lulalá!

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Poucas pessoas parecem se lembrar de manifestações que marcaram a história da humanidade. Fatos importantes, que pareciam marcar a ferro e fogo nossas lembranças para que a lição fosse aprendida e os erros não mais se repetissem.

Navegando nessa questão, acompanho as manifestações por todo o país, quando motociatas, carreatas e grandes mobilizações levam às ruas milhares (ou até milhões) de pessoas em apoio a pretensas transformações que ficaram fora de pautas políticas e agora, como uma represa que se rompe com apenas uma gota d’água dominam os debates na nação brasileira.

Os arroubos de um presidente sem muitas delicadezas no linguajar ou as reações dos insatisfeitos com a eleição legítima de um defensor de regimes opressores mostram uma inevitável rota de colisão no campo das ideias, que infelizmente, pode estar prestes a sair de controle.

Não sou um crente desprovido de visão própria, mesmo reconhecendo que as redes sociais são fortes influenciadoras da opinião pública sobre o momento, que prefere fomentar questões sérias da atual política, discutindo pelas redes sociais suas razões claramente baseadas na preguiça de buscar a informação correta, e não apenas a confirmação de ilações alucinadas postadas e compartilhadas aos borbotões pela internet.

Tenho medo desse caminho já conhecido e registrado na história.

Na Alemanha, de algumas décadas passadas, o início de um totalitarismo medonho não foi muito diferente do que assistimos hoje no Brasil. Na mesma época a Itália conhecia a expressão máxima do fascismo.

Como na parábola do “Frautista de Hamelin”, um conto folclórico que narra um desastre incomum, mas previsível, as pessoas demonstram em manifestações frenéticas, com direito a selfies, camisetas, faixas e palavras de ordem uma inconsciência do que pode estar por vir.

Bolsonaro parece não se importar, a esquerda mostra se importar demasiadamente e a população age como se o momento fosse uma partida normalmente resolvida no campo de futebol sob vaias e aplausos de uma torcida que pouco se importa com as consequências.

“A unanimidade é burra”, como já sabemos. Esta afirmação já foi e, talvez, continue sendo verdadeira nos dias de hoje, quando os gritos de “Mito!” se confundem com o “Heil Hitler”, que ecoou em toda a nação alemã até, que por fim, terminou no holocausto – o maior ato de bestialidade humana.

Da mesma forma, na Itália, o povo gritava insanamente “Duce, Duce!” para saudar Benito Mussoline, que com o apoio da ignorância da massa, assinou sua participação no capítulo das atrocidades em um flagelo da dignidade humana em seu país.

Estudar e conhecer a história do Brasil não faz mal a ninguém. Se na literatura convencional não podemos encontrar esclarecimentos convincentes, a tecnologia nos favorece com o “São Google” e sua infinidade de acessos a informações importantes.

Baseado nas constatações e tendências que busco conhecer, sinto medo! Medo de estar envolvido numa nova história que começa aos gritos de “Mito!” ou “Lula Livre!” e pode terminar de forma tosca como a morte de milhares de pessoas em conflitos nas republiquetas africanas ou sul-americanas.

Meu medo frente aos fatos que se desenham servem como um “bem-vindo” alerta, um aviso para que não tenhamos que dar valor para riquezas que podemos perder e depois aprender da pior forma. A paz é o desejo maior de todos nós. Mas cuidar para que ela sobreviva aos que se agarram em suas causas próprias depende apenas do nosso senso de cidadãos que queremos o melhor para o nosso país.

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